[Resenha]O Último Turno – Stephen King

Certamente Bill Hodges e Holly Gibney estão de volta nesse livro e se tem um osso que Bill não larga esse osso é Brady Hartsfield, o diabólico Assassino do Mercedes. Mesmo após tanto tempo ele continua a visitar Brady no hospital apenas para se certificar que o monstro continua em estado vegetativo e que não poderá ferir mais ninguém… mas será mesmo ?

Enquanto Bill tem que lidar com seus demônios internos ele e Holy acabam envolvidos em uma investigação de uma série de suicídios, o curioso é que de alguma forma as vitimas parecem ter ligação com Brady e contrariando tudo e todos Bill e Holly se deparam com um intrincado plano de Brady, que agora misteriosamente (pq não né tio King) parece ter poderes psíquicos e de forma surreal consegue “acessar” outras pessoas.

Como antes, Brady tem expectativas de conseguir fazer com que o detetive caia pelo suicídio, o que talvez ele não espera é que os dias de Bill já estejam contados. Todo o plano de Brady vai sendo exposto e sem tempo para provar a culpa dele, Bill decide que este é seu ultimo turno e que desta vez ele não vai deixar margem a erros em sua caçada.

– qual plano intrincado de Brady?
– como ele conseguiu poderes ?
– porque esse é o ultimo turno de Bill

Falar de King e de sua editora já não é novidade para vocês, então já podem imaginar que Ultimo Turno foi lançado nos Estados Unidos pela Scribner em 2016 e neste mesmo ano pela Suma de Letras aqui no Brasil uma obra com 432 páginas de uma excelente história.

Com uma narrativa em 3 pessoa, bem possível que no modo universal, o que torna tudo mais legal pois a gente tem até um lado do Brady ( saber o lado do vilão é muito louco), a gente já começa se deparando com a tipica e não convencional divisão de capítulos e uma total falta de índice pra que índice né…mas cada pequena parte apresentada tem seu titulo bem criado e definido para gente entender o que aquele ato quer nos dizer. Stephen King não dá ponto sem nó senhores

Com um claro padrão de enredo – Motivo do Crime, a gente logo vê o segredo e a virada sombria de Bill sobre o Brady, afinal que culpa maior Bill carrega na consciência senão o fato de nunca ter conseguido pegar Brady na época do Mercedes e sua virada é no minimo irônica. Todo o arco dramático é montado no que já conhecemos dos outros 2 livros e os momentos de tensão e são bem interessantes, principalmente os da Barbara a irmã do Jerome.

Quando olho como leitora e consumidora, essa obra é memorável e o encerramento de um ciclo fantástico, obviamente eu estou #chateada com o desfecho do Bill mais entendo que era o fluxo necessário da historia (quando não da vida não é mesmo?). Não posso negar o imbatível crescimento psicológico e sentimental da Holly que é só melhor personagem que o Mestre já escreveu na vida, certamente vale a compra da trilogia inteirinha.

Para não dizer que foi perfeito, senti falta de um encerramento mais apropriado para Jerome e Barbara, claro que a gente sabe rapidamente o que ocorreu com eles, mas em comparação a Mr Mercedes, ambos aparentam ter sua importância reduzida na vida de Bill, seria interessante ver o crescimento deles, mas acho que aqui é aquele gostinho do King de nos deixar imaginar o que poderia ter ocorrido.

Esta ganha : ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

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