[Resenha] The Witcher – A Espada do Destino – Andrej Sapkowski

Hoje a gente tá aqui para falar da continuação de The Wicther, o Último Desejo, historia sensacional que conta a saga de Geralt de Rivia.

Importante – A Resenha de O Ultimo Desejo está no canal e você pode conferir aqui ! – Importante

Baseado no final do primeiro livro, a essa altura sabemos que o bruxão tem coisas não resolvidas com feiticeira Yeniffer, mas neste livro apenas encontraremos mais historias de como Geralt vai evitando ou pelo menos tentando evitar seu encontro com o Destino, até ele eventualmente não conseguir mais fugir do elo que ele mesmo forjou.
Suas aventuras neste livro vão desde a caça de raros dragões dourados, passa por lidar com dríades e até ajudar um trambiqueiro a ter uma vida pacifica com excelentes negócios. Em quase todas as aventuras seu amigo inseparável Jaskier, a.k.a Dandelion, que por sinal sempre que ele aparece, ou ele é o motivo de problema ou arrasta Geralt para um problema.

Também fica evidente que Geralt e Yeniffer ainda tem muito que esclarecer sobre o relacionamento conturbado que vivem. No entanto, o centro da historia mesmo é o encontro de Geralt com Ciri, uma menina no minimo petulante, sendo também onde vamos encontrar os primeiros vestígios da realidade de quem ela é e qual a ligação existe entre eles (aquela que Geralt insiste em renegar e fazer pouco caso) e também aprendemos mais sobre a situação politica dos países, principalmente o destino de Cintra e consequentemente o destino de Ciri. Vocês devem estar me achando muito vaga e juro que não é intenção apenas não quero estragar as divertidas historias de Geralt para vocês, a boa noticia é que a partir daqui a historia ficará consistente e linear então ficará mais fácil resenhar essa história toda para vocês.

Como já devem ter suspeitado, temos mais uma vez uma coletânea de contos escritos por Andrej, a primeira edição polonesa do livro foi publicada em 1992 pela Independent Publishing House NEW, sua versão brasileira só chegou em 2012 pela Martins Fontes. Aliás a nova edição da Martins fontes está divina e maravilhosa !!

Estruturado em 5 contos escritos de forma mais linear que seu antecessor, podemos certamente ver a evolução na escrita do Andrej no desenvolvimento da história, conforme ela vai ganhando forma e grandeza. Os contos que encontramos no livro são: O Limite do Possível, Uma Lasca de Gelo, Fogo Eterno, Um Pequeno Sacrifício, Espada do Destino e Algo Mais, todos eles nos trazem fatos importantes sobre Geralt antes de finalmente iniciar a historia dele propriamente dita.

Nem vou tentar encaixar a historia em um padrão de enredo pois é o mesmo nos 5 contos, ou seja, uma versão meio distorcida do padrão super herói ( no caso do Geralt tá mais para padrão anti herói mesmo) e também não vou me ater nas técnicas pois são as usuais sem nenhum extremo diferencial exceto claro a ironia verbal do Geralt mas vale reforçar que essa fantasia é totalmente ambientada em um mundo fantástico com direito a monstros novos e lugares novos.

Por ultimo e não menos importante vou falar sobre a leitura e sua impressão em mim…. Não é segredo que dificilmente ando sendo arrebatada por um livro, mas este conseguiu fazer com que eu sentisse mais forte o entretenimento que é ler, certamente não mudou minha vida nem me deixou boquiaberta, porém valeu as risadas e conhecer mais de Geralt nessas 384 páginas e cada conto a sua maneira nos aproxima mais do personagens. Posso assegurar que a leitura é simples e objetiva e sim a gente vê diferença e evolução na escrita do primeiro para o segundo livro o que torna a minha avaliação dele bastante positiva, certamente é uma opção para quem quer trabalhar ou iniciar o hábito da leitura e vai te pegar muito mais se você assim como eu gosta de fantasia e aventura tudo junto e misturado.


Vou distribuir 8 estrelinhas pra ele 😊 ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Cor de Amaranthine – Natália Smirnova Moraes

Cor de Amaranthine é a continuação direta de O Saotur ambos de autoria da Natália Smirnova Moraes ( já postei sobre ela aqui ó link do post).

Neste livro vamos acompanhar a viajem de Constantin e a trupe da realeza do reino sem nome, Amaranth, Koi e o escudo humano Eliot. Enquanto eles prosseguem nessa aventura, descobrimos mais sobre a origem de Constantin, sobre sua dura infância e principalmente sobre como ele acabou no Volvet.
Durante essa viajem descobrimos também a origem da guerra entre os não marcados e os marcados, descobrimos também o sofrimento que Amaranth carrega esse tempo todo em seu coração. Misturado em tudo isso vemos como Phaeron lida com toda a situação no Reino sem nome uma vez que ele agora possui grandes poderes, e todos sabemos que com grandes poderem vem grandes responsabilidades não é mesmo ?
Vemos relações começarem e se romperem e decisões difíceis e horríveis sendo tomadas, bem como personagens novos e intrigantes surgirem para abalar o reino sem nome e quem sabe a vida de todos os não marcados no mundo todo.

Como lidar com toda frustração da traição ?
Como justificar ações quando as raças não se dão bem e nunca se darão ?
Como suportar a verdade e fazer parte do sistema ?
A vingança se tornará real ?

Lançado em 2019 pelo Clube de Autores e em ebook pela Amazon, esse livro possui uma estrutura literária interessante com narração em 3 pessoa sendo este mesmo narrador um observador onisciente focados para 2 personagens o Constantin e Amaranth, não excluindo é claro as passagens menores, posso dizer que neste aspecto o modo narrativo é bem parecido com o livro anterior
Organizado em 23 capítulos lineares desenvolvidos essencialmente na estrutura de arco dramático onde vemos o desenvolver e amadurecimento dos personagens, vemos também alguns toques de omissão, descrição, fluxo de consciência e claro o amado flash-back, e é essa ferramenta narrativa que vai nos explicar muita coisa sobre o Constantin.

Tudo isso com bastante ação, diálogos, surpresas e talvez quem sabe um plot twist bem entrelaçado, toda essa aventura se desenvolve em dias semanas meses, é difícil precisar exatamente, mas eu chuto que essa viajem levou alguns meses, e ela se deu em um ambiente geoficticio (com uma exibição bem triste de Londres eu diria)
Quando resolvi parar e identificar a receitinha do bolo que chamamos de padrão de enredo, de novo deparei com uma opção que eu consideraria mista. ( talvez separando em sua trama e sub trama quem sabe) Percebi dois padrões de enredo: o Velocino de Ouro que é o geral e Amor e Amizade como secundário ou sub trama, assumi que já que temos uma equipe buscando um objeto valioso passando por aventuras diversas e perigos diversos( Velocino) e durante essa busca surge o herói incompleto que deve superar uma situação difícil a fim de estar ao lado da pessoa que lhe dá paz, esta pessoa seria a contra parte que o complementa e por vezes é seu oposto, porém surge uma complicação (e que complicação heim Natália) e encontramos o desfecho do improvável casal, seja ele feliz ou triste ( Amor e Amizade)

Mas afinal o que eu como leitora achei de Cor de Amaranthine ? Vou admitir que tem um misto de emoções rolando em relação a ele! Achei impressionante a dinâmica da viajem que é o centro do livro, de como eles passam por vários lugares e mesmo tentando passar despercebidos surgem situações que demandam ações, ver o aprofundamento da historia dos marcados e começar a entender a origem pontual do problema entre as raças foi enriquecedor e claro que saber o passado do Constantin também foi legal…. até certo ponto, conhecer os fatos que o transformaram em quem ele é foi demais, porém em algumas partes ficou redundantes (não leva a mal Nat =~~). Honestamente só sei que até agora Constantin não me convence como pegador geral mas isso sou euzinha mesma.

Outro ponto que não me convence é o motivo dos marcados, mas aqui de novo é ideologia pessoal desta que vos fala, a Amaranth tem seus motivos para pensar como pensa, só acho que ela não vê o cenário todo, ou se o vê, não se importa. Eu talvez diria que senti falta dos Saotur nessa história, que ver mais sobre eles e mais deles porém fatos do livro anterior corroboram a ideia de que isso não seria possível, se eles estivessem lá seria uma senhora falha de cronologia. Enquanto isso o que achei do desfecho ? esse eu achei intrigante de inicio e MUITO ansiosa no final…. Intrigante pois é no modelo alguns anos depois dos acontecimentos de Cor de Amaranthine, quase um prefácio do terceiro livro, e eu acho que o plot twist inteiro desse livro fica por conta desse desfecho e só de pensar várias teorias despontam na cabeça o que é claro me fez ficar ansiosa !

Apesar dos altos e baixo a média dele é bem e obviamente vale a pena ter na estante principalmente se você já leu O Saotur, as estrelinhas para este são 8

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] O Saotur – Natália Smirnova Moraes

Esta aqui na realidade é uma segunda resenha desse livro, uma vez que eu decidi rele-lo para poder ter tudo bem fresquinho para a continuação A Cor de Amaranthine, que será resenhada muito em breve (aguardem boahahha). Eu espero muito que fique melhor do que a primeira e se é para passar vergonha passamos de uma vez né… se você quiser comparar as resenhas a primeira está no canal do Youtube confere lá…

Nossa aventura começa com um naufrágio, de onde surge nosso protagonista Constantin Teller, salvo da morte certa por algo que ele não sabe o que é, nosso jovem desmazelado só pensa em permanecer vivo e graças a amistosa Lithy ele consegue. Constantin consegue se fortalecer e se recuperar, logo no entanto, ele se dá conta de que talvez não seja tão bem apreciado como visita naquele lugar desconhecido, afinal as circunstancias suspeitas de sua chegada ali só dão margem a uma interpretação: uma declaração de guerra dos misteriosos Saotur, uma espécie monstruosa e sem escrúpulos que habita a região do Reino Sem Nome.

Enquanto isso conhecemos a historia de Helena, Lótus e de como essa relação proibida resultou em Saphere, o meio saotur responsável por salvar Constantin. É durante o julgamento de Saphere que a gente tem uma outra visão de quem realmente são os saotur e o qual o papel deles neste mundo tão protegido, além de conhecermos o desenvolvimento do amor de Helena por Lótus.
Constantin então é testemunha do quão dura a Realeza pode ser com quem não anda de acordo com suas leis e logo ele aprende os costumes e hierarquias, conseguindo apesar de tudo isso realizer seu sonho de se tornar escritor quando ele ganha da Realeza o brasão que lhe permite exercer essa atividade.

Tudo isso se desenrola em um cenário magnifico cheio de conspirações, traições e muito acaso do destino onde planos são destruídos, vidas são salvas e inocentes são enganados !

  • Como será que Constantin conseguiu se virar esse tempo todo ?
  • Afinal porque esse ódio pelo diferente ?
  • Que segredos a Realeza esconde ?

Para descobrir isso e outras coisitas mais, faça como eu e dê uma chance ao nacional fantástico maravilhoso que é o Saotur.

Esta é uma obra bem nacional apesar da origem da autora ser russa (eu sempre vou zuar isso) e como aqui no Brasil publicar por editora é meio difícil, ela escolheu a forma independente de publicação, portanto em 2016 a Amazon foi escolhida para o ebook e o Clube de Autores se você quer uma versão física (alias eu insisto nisso) essa boniteza é bem curtinha e tem apenas 324 páginas.

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Quando abordamos o lado mais técnico da coisa, essa fantasia chega a principio sem muitas novidades, temos uma confortável narração em 3ª pessoa que é quase considerado ponto de vista, ela tem várias perspectivas, sendo a de Constantin uma delas e alguns outros personagens, como Helena e Phaeron, complementam a narração. O arco dramático é todo feito com descrições fabulosas e muita contextualização, sem maneirar no flash back (pobre Helena) a gente certamente é arrebatado pelas surpresas e revés (pelas cenas calientes também heim)
O roteiro é linear e sua historia se passa em dias, semanas e meses e o espaço da narrativa, ou seja, o cenário é fantástico. A historia tem uma essência que você pode chamar de clichê mais o padrão de enredo que eu vejo aqui é o Cara Com Um Problema e uma pinceladinha de Ritos de Passagem e acho que é essa pinceladinha que deixa tudo interessante

OK, vocês já tem um resumo da obra e um breve analise literária e acho que esta na hora de eu falar a minha opinião né ?

Não é segredo que gosto muito do trabalho da Natália e todos sabemos como é difícil criar algo novo e diferente e ela conseguiu nos apresentar esse diferente em O Saotur, mesmo que ele tenha amor e ódio como pano de fundo o que sobressai certamente é estarmos exatamente como Constanin, sem saber onde estamos e o que vamos descobrir ali.

No video do canal, eu cheguei a comentar que seria interessante a gente saber em que momento a historia se passa, pois a transição do tempo é bem sutil e relendo a obra posso afirmar que eu é que fui afobada mesmo e que o flash back que a gente encontra é bem claro e evidente. MAS senti falta de entender um pouco mais da motivação dos saoturs (esse plural tá certo ?) e da sua origem de forma geral, senti falta de mais deles já que são eles que dão o nome ao livro né… difícil explicar eu sei .

Mas o que mais gostei mesmo é do sentimento trabalhado no Saphere, que quase ninguém nota mais esta lá e sei que isso será desenvolvido ( VEM AMARANTHINE). No fim gente o que importa é que adorei demais a obra e ela vale cada centavinho investido principalmente e especialmente se você assim como eu é louco nas fantasia

Avaliação dessa lindeza é 9 estrelinhas. ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Outsider – Stephen King

Hoje a gente vai falar sobre Outsider então comecemos pela resenha do que você pode esperar encontrar aqui

Flint City sempre pareceu um lugar pacato e sem muitos problemas, todos se conhecem, portanto o panico e o senso de justiça imperam quando o detetive Ralph Anderson se vê obrigado a prender Terry, um cidadão considerado respeitado por toda comunidade. Ralph está confiante, a acusação de assassinato é grave e as evidencias e testemunhas não mentem tem que ter sido Terry.

O circo policial desmorona quando o advogado de Terry , o conhecido Howard Goldie começa a apresentar testemunhas que juram que ele estava em outro lugar na mesma hora em que supostamente ele deveria estar raptando a vitima fazendo com que a investigação tome novo rumo.
Após muita besteira Ralph decidi pedir ajuda de um conhecido detetive que certamente o ajudaria a sair da grande enrascada em que ele se meteu, mas quando entra em contato com Hodges tudo o que ele consegue é Holly Gibney, que apesar de todas as suas manias e medos a serem superados resolve ajudar esse grupo desesperado para entender como pode uma pessoa estar em 2 lugares ao mesmo tempo ?

Apesar de tudo a investigação parece um beco sem saída, é quando Holly sugere a possibilidade do Forasteiro, uma lenda que para todos os efeitos não existe. O detetive e seu parco grupo de ajudantes são céticos no inicio, mas Holly tem experiencia com o inexplicável e usando de tudo que aprendeu com Bill ela vai provar a todos que as vezes olhar por outro angulo pode ser a resposta. Após várias situações perigosas, o grupo então consegue juntar evidencias o suficiente para esclarecer a situação de Terry e eles esperam evitar que mais uma vitima seja feita e que mais um pessoa inocente pague o preço por algo que não fez.

E na reta final do projeto de ler os livros do senhor Stephen King finalmente chegamos ao seu livro romance de numero 58. Outsider chega primeiramente nos EUA pela Scribner em 2018 e por aqui não podia ser diferente quando também em 2018 a Suma nos presenteia com essa obra. Não consigo dizer para vocês se é um quarto livro do Bill ou se é o primeiro de Holly Gibney ( gosto dessa versão) o que tenho por certo é que temos mais um obra narrada em 3 pessoa um dos modelos de escritas favoritos do mestre.

A divisão do livro além de dar uma boa ideia do que encontraremos naquela parte nos concede a passagem de tempo no qual a historia se desenrola o que nos ajuda e visualizar a estrutura linear que ela possui. Sem duvida os momentos de tensão e surpresa nos pegam de jeito e a descrição e ação são bem colocados, mas o que ganha atenção é a estruturação do arco dos personagens sem contar que facilmente a gente detecta o padrão enredo cara com um problema (e que problema em Ralph).

Outro diferencial certamente é a forma do King escrever que nos permite vivenciar a experiencia exatamente como se estivéssemos numa sala de interrogatório, lendo relatórios policiais ou mesmo dentro de um caverna perigosa com inúmeros caminhos. Sem contar a própria composição do Forasteiro que é baseada em uma lenda europeia e basicamente equivale ao nosso bicho papão .

Mas creio que vocês tão querendo pular para a parte que eu digo se vale a pena ou não esse livro né ? Pois então senhores, eu sou suspeita porque Holly Gibney é minha personagem favorita e é ela que faz toda a diferença neste livro então só por conter ela já digo que vale muito a pena, mas obviamente não é só isso.

Eu simplesmente amo como King continua tendo um cuidado em demonstrar as superações da Holly, como vemos seu crescimento como pessoa e para quem tem as mesma percepções que ela acho fantástico terem primeiro um referencial de que sim eles podem e devem trabalhar em si mesmos e que isso é legal e também provavelmente os aproxima da historia uma vez que eles se identificam com a personagem ! A ideia em si parece muito tosca, mas a abordagem do King foi genial.

Mas e você leitor ? O que achou dessa obra ? Já leu ? Vai ler ? conta mais =D

Certamente esse livro merece – ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Tieta do Agreste – Jorge Amado

Estamos na ficcional Santana do Agreste na real Bahia e o livro começa nos explicando o motivo da fuga de Tieta, motivo este que chega a ser bem óbvio – menina rebelde e sem rédeas, irmã delatora e pai extremamente bravo fez toda a receita. Anos se passam e após meses sem noticias para a família, todos esperam o pior quando na realidade o que ocorre é a volta da filha pródiga. Tieta volta e para todos é uma menina de sorte que casou com um ricaço que infelizmente a deixou viúva ela então decide que precisa de férias em sua terra natal, mostrar que pode ser generosa apesar de não o terem sido com ela no passado.

Antes a historia fosse apenas isso, em meio a todo o caos o progresso quer andar e chegar até no interior da Bahia e Tieta faz o que pode com sua influencia poderosa que tem origem em São Paulo, influencia essa que acabamos por perceber serem de outras naturezas. Vemos várias historias se entrelaçarem e vários temas importantes como progresso, manipulação politica e preconceito serem discutidos.Mas absurdo no entanto é o envolvimento de Tieta com seu sobrinho mais velho, ela bem que tenta ficar longe mais Ricardo é bem tentador e aqui temos mais um ponto chocante para os leitores da época.. imaginem só Tieta é uma cortesã (falei bonito né? prostituta acho que fica mais claro)

A cidade é cheia de seus segredos e a politica se mistura com sentimentos, o inocente prefeito não percebe a manipulação para que ele ceda o paraíso aos capitalistas e Tieta persiste em ficar de fora dessa briga. As irmãs de Tieta cada uma a seu jeito querendo se aproveitar da riqueza dela. O resultado é claramente desilusão amorosa e progresso que nunca chegou a cidade. Eventualmente toda historia de Tieta é revelada e ela por fim decide que afinal visitar sua terra foi um erro !

Esse nacional muito chocante foi lançado em 1977 pela Companhia das Letras Analisando dentro da nossa ampla língua portuguesa, identifiquei pontos relevantes como por exemplo a narração em 3ª pessoa bem do tipo onipresente aquele que sabe tudo, com as interrupções do autor em 2ª pessoa. Acabou que por conta dessas interrupções ficou com um formato extremamente curioso (é de analisar se era padrão do Jorginho). Procurei muito e na qualidade leiga de letras em português percebi que não se encaixa em nenhum padrão de enredo que eu conheça.

Um obra com muito dialogo e descrições precisas das belas praias da Bahia também encontramos muita contextualização e talvez pela primeira vez uma ironia verbal e algumas pitadas de flashback. Encontramos uma estrutura bem mista entre arco dramático e minimalista e um tempo narrativo linear e no presente que decorre em dias semanas e meses obviamente em um cenário geoficticio

No impacto literário pessoal (ou seja na minha opiniãoooo) esse livro é diferente de várias formas, primeiro que não me lembro de ter tido muito contato com literatura brasileira que fosse nesse formato que vou chamar de excêntrico.

Os temas que essa obra trata são intrigantes e passiveis de extenso pensamento sobre como somos conduzidos como massa votante.
Vou pular a parte safada do livro pois a mim me parece muita forçação de barra do Jorge Amado no relacionamento deveras estranho da Tieta com seu sobrinho e de como obviamente isso afetou como pessoa veja bem não discuto o formato de vida dela e nem como ela decidiu viver mas ainda sim uma forçação!
A parte politica acredito eu que nunca mudou e percebi um estranho fundo de verdade em como tudo funciona até nos dias de hoje. Me ressenti de não ter trabalhado muito o preconceito mais acho que pela época era esperado que ficasse por isso mesmo a reação do jovem prefeito com sua escolhida.

Resumo mesmo ? achei muita cena de sexo e pouca resolução de problema.. nada além de uma retratação do nosso cotidiano e suas imprevisibilidades… nada mais chato do que nossa vida chata não é mesmo ? Só odiei firmemente Jorge interrompendo a narrativa da historia para esclarecer fatos ou mesmo “brigar” com seu suposto concorrente, pode ser o diferente da época mas isso sempre quebrava a leitura e nem eram tão relevantes as informações que ele cedia. Esperava mais de Tieta é verdade mais reconheço que de sua forma ela fez o que pode por uma comunidade que sempre a desprezou … no fim dou 8 estrelinhas pra esse nacional que inspirou novelas e filmes.

Esta ganha : ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha]O Último Turno – Stephen King

Certamente Bill Hodges e Holly Gibney estão de volta nesse livro e se tem um osso que Bill não larga esse osso é Brady Hartsfield, o diabólico Assassino do Mercedes. Mesmo após tanto tempo ele continua a visitar Brady no hospital apenas para se certificar que o monstro continua em estado vegetativo e que não poderá ferir mais ninguém… mas será mesmo ?

Enquanto Bill tem que lidar com seus demônios internos ele e Holy acabam envolvidos em uma investigação de uma série de suicídios, o curioso é que de alguma forma as vitimas parecem ter ligação com Brady e contrariando tudo e todos Bill e Holly se deparam com um intrincado plano de Brady, que agora misteriosamente (pq não né tio King) parece ter poderes psíquicos e de forma surreal consegue “acessar” outras pessoas.

Como antes, Brady tem expectativas de conseguir fazer com que o detetive caia pelo suicídio, o que talvez ele não espera é que os dias de Bill já estejam contados. Todo o plano de Brady vai sendo exposto e sem tempo para provar a culpa dele, Bill decide que este é seu ultimo turno e que desta vez ele não vai deixar margem a erros em sua caçada.

– qual plano intrincado de Brady?
– como ele conseguiu poderes ?
– porque esse é o ultimo turno de Bill

Falar de King e de sua editora já não é novidade para vocês, então já podem imaginar que Ultimo Turno foi lançado nos Estados Unidos pela Scribner em 2016 e neste mesmo ano pela Suma de Letras aqui no Brasil uma obra com 432 páginas de uma excelente história.

Com uma narrativa em 3 pessoa, bem possível que no modo universal, o que torna tudo mais legal pois a gente tem até um lado do Brady ( saber o lado do vilão é muito louco), a gente já começa se deparando com a tipica e não convencional divisão de capítulos e uma total falta de índice pra que índice né…mas cada pequena parte apresentada tem seu titulo bem criado e definido para gente entender o que aquele ato quer nos dizer. Stephen King não dá ponto sem nó senhores

Com um claro padrão de enredo – Motivo do Crime, a gente logo vê o segredo e a virada sombria de Bill sobre o Brady, afinal que culpa maior Bill carrega na consciência senão o fato de nunca ter conseguido pegar Brady na época do Mercedes e sua virada é no minimo irônica. Todo o arco dramático é montado no que já conhecemos dos outros 2 livros e os momentos de tensão e são bem interessantes, principalmente os da Barbara a irmã do Jerome.

Quando olho como leitora e consumidora, essa obra é memorável e o encerramento de um ciclo fantástico, obviamente eu estou #chateada com o desfecho do Bill mais entendo que era o fluxo necessário da historia (quando não da vida não é mesmo?). Não posso negar o imbatível crescimento psicológico e sentimental da Holly que é só melhor personagem que o Mestre já escreveu na vida, certamente vale a compra da trilogia inteirinha.

Para não dizer que foi perfeito, senti falta de um encerramento mais apropriado para Jerome e Barbara, claro que a gente sabe rapidamente o que ocorreu com eles, mas em comparação a Mr Mercedes, ambos aparentam ter sua importância reduzida na vida de Bill, seria interessante ver o crescimento deles, mas acho que aqui é aquele gostinho do King de nos deixar imaginar o que poderia ter ocorrido.

Esta ganha : ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] End Game o Chamado – James Frey e Nils Johnson-Shelton

Estabelecido por seres fora de nossa compreensão a centenas e centenas de anos atrás, EndGame é um jogo real e está prestes a começar, suas regras são simples, 12 jogadores de 12 raças devem combater para resguardar o seu próprio destino e o de sua linhagem, um jogo onde os outros não importam apenas você mesmo. A lenda diz que um sinal cairá do céu para informar o início do jogo e o fim da humanidade.

É neste cenário surreal que nos tempos atuais vemos 12 jovens sendo escolhidos de acordo com sua linhagem para iniciarem o tal jogo, Sarah Allopay é uma das jogadoras e está disposta a tudo para vencer, inclusive deixar seu namorado a quem ama muito para trás.

Tudo começa no chamado e é a caminho de lá que ela conhece Jago, outro jogador, de forma incomum eles decidem formar uma aliança e enquanto descobrem as pistas que levam em direção a chave da terra eles caem em emboscadas dos outros participantes bem como ambos têm que lidar com o despreparado Christopher que insiste em ir atrás dela apesar de tudo.

  • Quem sobreviverá?
  • Estaria Sarah disposta a sacrificar tudo pelo jogo?
  • Os jogadores apesar de seu treinamento pesado durante a infância são capazes de desenvolver sentimentos ou apenas matar sem piedade?
  • Alguém vai conseguir a chave da terra e prosseguir na disputa ?

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Lançado nos EUA em 2014 pela HarperTeen, EndGame – O Chamado é o primeiro livro de uma trilogia escrita pela parceria entre James Frey e Nils Johnson-Shelton teve sua edição brasileira feita pela Intrínseca em 2014 também. A escolha de narrativa foi a de 3 pessoa possivelmente no modo objetivo, claramente desenvolvido na estrutura de arco dramático que é a busca individual de cada jogador e sua linhagem, para tanto a obra é cheia de descrição, ação e diálogos tudo muito direto e objetivo.

Quando tento identificar em que misturinha essa história se encaixa, só me vem a cabeça o padrão – cara com um problema ( no caso 12 caras com um problema?) já que temos todos eles envoltos em uma situação de vida ou morte que é o próprio jogo em si e tendo que se livrar dessa com todo o treinamento e ajuda que puderem. Toda a trama apresentada se passa em semanas ou meses, impossível saber exatamente, sabemos porém que ela é linear e com contagem regressiva para o fim do mundo (legal né ?).

A divisão dos capítulos é interessante pois é o que nos posiciona geograficamente e socialmente como anda os conflitos e quem está com quem, falando em geografia EndGame se passa ao redor do globo, não tem um lugar exato encontramos várias cidades e pontos turísticos reais e em muitos deles o livro nos deixa com vontade de realmente estar lá.

A questão agora é falar para vocês as minhas impressões sobre esse livro, inicialmente eu o comprei pela capa e a sinopse me chamou um pouco atenção, porém quando tentei ler ele a primeira vez, simplesmente não me desceu e abandonei logos nas primeiras páginas. Este ano resolvi fazer um desafio literário ( peguei o desafio do Skoob ) e EndGame se encaixou na leitura de Fevereiro como livro escrito por mais de um autor e desta vez fluiu bem.

As ressalvas são grandes e ele na realidade não faz muito meu tipo de leitura afinal só contém tiro, porrada e bomba (literalmente) SÓ QUE a ação do livro é chamativa e você fica querendo entender qual pista cada jogador seguiu e no mínimo entender mais sobre cada civilização ( e é que aqui o livro peca.. só lamento James) e depois de sentir toda a enrolação das viagens e emboscadas a gente fica com a impressão de : nada de novidade por aqui! Nenhuma grande reviravolta nos é apresentada e isso também #chateia de montão.

Talvez O Chamado só se salve pela suposta experiência que ele deveria provocar, a iniciativa original da trilogia é uma grande parceria multiplataforma com a Niantic uma grande desenvolvedora de jogos, para tornar o EndGame real para nós leitores. Na época de seu lançamento teve pagina oficial, os personagens se tornaram reais que até rede social possuíam, tudo para presentear com uma mala de ouro a quem desvendasse o enigma que está entre as páginas do livro. (se você pensou em tentar achar a malinha de ouro pode desencanar, ela já foi entregue em 2015).

Mas não se acanhe com minha opinião, se você gosta de aventura rolando solta e tensão vendo os personagens lutando sobreviver. pode ser que seja uma excelente escolha para você. Agora se você pensava em dar uma chance para o restante da trilogia e ver como essa história inteira termina, pode tirar o cavalinho da chuva, EndGame – O Chamado é seguido por a Chave do Céu e As Regras do Jogo e infelizmente a Intrínseca cancelou o contrato com o James e o último livro não foi traduzido então a sua e a minha última opção é ler Rules Of the Game em inglês para concluir a saga e decidir se vale a pena ou não.

Para este Livro apenas ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Homem dos Sussuros – Alex North

Homem dos Sussurros é um suspense investigativo escrito por Alex North, um pseudônimo de um autor inglês conhecido mais não identificado até agora.

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Nesta historia o autor nos levará ao lado de Pete e Amanda, dois detetives de Featherbank que estão encarregados do caso desaparecimento de um menino de 8 anos que se transforma na investigação de seu assassinato quando o corpo da criança é finalmente encontrado.

Pete é um detetive quase aposentado que a 20 anos atrás esteve encarregado de um caso muito semelhante, que na época ficou conhecido como O Homem dos Sussurros, uma vez que a estratégia dele para os raptos erra sussurrar pelo janela e atrair as vitimas e leva-las antes que alguém desse por conta. Naquela época ele capturou o culpado e hoje ele cumpre pena na prisão, no entanto os erros que ele cometeu na época continuam a assombra-lo, fazendo-o se sentir incapaz de cuidar desde caso também.

Amanda é colega de Pete e quer a todo custo que este caso se resolva rápida e eficaz pois depende desse desfecho para subir na carreira dentro da policia e isso a torna fria e precipitada em alguns momentos cruciais egoísta. O desenrolar do caso acaba mostrando para ela que as vezes por mais que tente superar algumas coisas simplesmente não desaparecem, afinal o tempo não cura tudo.

Também em Featherbank acompanhamos Tom, um pai viúvo que está aprendendo a lidar com a vida sem a esposa e como cuidar e educar o filho Jake um menino extremamente inteligente e que à sua maneira não quer atrapalhar o pai e acaba se isolando, é muito sensitivo e esperto. Jake é quem escolhe a estranha nova casa onde eles pretendem recomeçar a vida, certamente esse recomeço pode ser mais agitado do que Tom poderia esperar e quando tudo parecia que ia começar a se encaixar para esses 2 surpresas desagradáveis acontecem

Diante disso ficam algumas perguntas a serem respondidas não é mesmo ? Perguntas essas que só vão ser respondidas quando você meu caro ler a obra. – fiquem livres para responderem se quiserem – Quais impressões o caso do do Homem dos Sussurros causou em Pete ? Porque Tom acha tão difícil lidar com Jake ? Jake é mesmo sensitivo ou apenas sente falta de amigos com quem conversar ? Qual a historia dá bizarra casa que eles compraram ?

Lançado originalmente no Reino Unido em 2019 pela Penguin Random House teve sua tradução para o Brasil feita ainda em 2019 pela Editora Record, encontramos uma base interessante com foco narrativo em terceira pessoa alternado, afinal temos ali a visão de pelos menos 4 pessoas incluindo a do vilão. A estrutura de arco dramático é visível em sua distribuição de 6 partes e aproximadamente 70 capítulos totalizando aproximadamente 400 paginas onde é possível perceber as técnicas de descrição, monologo interno, fluxo de consciência e para nossa alegria um pouco de flashback com surpresas, diálogos e um pouquinho de tensão. A história tem um desenrolar rápido onde a trama se desenvolve em semanas sempre se passando na geoficticia Featherbank.

Já as impressões gerais ficam por conta da idéia do livro em si, porque o desenvolvimento não convence mesmo. (Desculpa Alex adorei o Jake e a forma de representação dos sentimentos de uma criança, o vinculo pai e filho é muito bem estabelecido e tudo mais). Só que a trama do vilão é muito mal apresentada e não temos dificuldade em descobrir quem é ele pois as pistas são grosseiras. Nem vou mencionar a enorme abertura de enredo que a gente tem com o Jake e essa abertura é totalmente jogada fora! Alguns pequenos pontos do enredo salvam a historia como por exemplo o plot-twist do Pete que é honestamente uma coisa merecida para o personagem.

Enfim…para quem já é acostumado com livros policiais e investigativos provavelmente vai achar o mesmo que eu, ou seja, bem fraquinho! Mas pode ser uma boa escolha para alguém que recém esta iniciando a leitura deste gênero ou mesmo como primeira leitura. Sei que tem pessoas que esse sentimento pode ser completamente diferente mais realmente senti falta de explicações mais bem amarradas para o desfecho dos personagens, afinal se não vai trabalhar o assunto por que traze-lo para sua obra não é mesmo ? Para você que ficou curioso..

Para este livro dou ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐