[Resenha] Cor de Amaranthine – Natália Smirnova Moraes

Cor de Amaranthine é a continuação direta de O Saotur ambos de autoria da Natália Smirnova Moraes ( já postei sobre ela aqui ó link do post).

Neste livro vamos acompanhar a viajem de Constantin e a trupe da realeza do reino sem nome, Amaranth, Koi e o escudo humano Eliot. Enquanto eles prosseguem nessa aventura, descobrimos mais sobre a origem de Constantin, sobre sua dura infância e principalmente sobre como ele acabou no Volvet.
Durante essa viajem descobrimos também a origem da guerra entre os não marcados e os marcados, descobrimos também o sofrimento que Amaranth carrega esse tempo todo em seu coração. Misturado em tudo isso vemos como Phaeron lida com toda a situação no Reino sem nome uma vez que ele agora possui grandes poderes, e todos sabemos que com grandes poderem vem grandes responsabilidades não é mesmo ?
Vemos relações começarem e se romperem e decisões difíceis e horríveis sendo tomadas, bem como personagens novos e intrigantes surgirem para abalar o reino sem nome e quem sabe a vida de todos os não marcados no mundo todo.

Como lidar com toda frustração da traição ?
Como justificar ações quando as raças não se dão bem e nunca se darão ?
Como suportar a verdade e fazer parte do sistema ?
A vingança se tornará real ?

Lançado em 2019 pelo Clube de Autores e em ebook pela Amazon, esse livro possui uma estrutura literária interessante com narração em 3 pessoa sendo este mesmo narrador um observador onisciente focados para 2 personagens o Constantin e Amaranth, não excluindo é claro as passagens menores, posso dizer que neste aspecto o modo narrativo é bem parecido com o livro anterior
Organizado em 23 capítulos lineares desenvolvidos essencialmente na estrutura de arco dramático onde vemos o desenvolver e amadurecimento dos personagens, vemos também alguns toques de omissão, descrição, fluxo de consciência e claro o amado flash-back, e é essa ferramenta narrativa que vai nos explicar muita coisa sobre o Constantin.

Tudo isso com bastante ação, diálogos, surpresas e talvez quem sabe um plot twist bem entrelaçado, toda essa aventura se desenvolve em dias semanas meses, é difícil precisar exatamente, mas eu chuto que essa viajem levou alguns meses, e ela se deu em um ambiente geoficticio (com uma exibição bem triste de Londres eu diria)
Quando resolvi parar e identificar a receitinha do bolo que chamamos de padrão de enredo, de novo deparei com uma opção que eu consideraria mista. ( talvez separando em sua trama e sub trama quem sabe) Percebi dois padrões de enredo: o Velocino de Ouro que é o geral e Amor e Amizade como secundário ou sub trama, assumi que já que temos uma equipe buscando um objeto valioso passando por aventuras diversas e perigos diversos( Velocino) e durante essa busca surge o herói incompleto que deve superar uma situação difícil a fim de estar ao lado da pessoa que lhe dá paz, esta pessoa seria a contra parte que o complementa e por vezes é seu oposto, porém surge uma complicação (e que complicação heim Natália) e encontramos o desfecho do improvável casal, seja ele feliz ou triste ( Amor e Amizade)

Mas afinal o que eu como leitora achei de Cor de Amaranthine ? Vou admitir que tem um misto de emoções rolando em relação a ele! Achei impressionante a dinâmica da viajem que é o centro do livro, de como eles passam por vários lugares e mesmo tentando passar despercebidos surgem situações que demandam ações, ver o aprofundamento da historia dos marcados e começar a entender a origem pontual do problema entre as raças foi enriquecedor e claro que saber o passado do Constantin também foi legal…. até certo ponto, conhecer os fatos que o transformaram em quem ele é foi demais, porém em algumas partes ficou redundantes (não leva a mal Nat =~~). Honestamente só sei que até agora Constantin não me convence como pegador geral mas isso sou euzinha mesma.

Outro ponto que não me convence é o motivo dos marcados, mas aqui de novo é ideologia pessoal desta que vos fala, a Amaranth tem seus motivos para pensar como pensa, só acho que ela não vê o cenário todo, ou se o vê, não se importa. Eu talvez diria que senti falta dos Saotur nessa história, que ver mais sobre eles e mais deles porém fatos do livro anterior corroboram a ideia de que isso não seria possível, se eles estivessem lá seria uma senhora falha de cronologia. Enquanto isso o que achei do desfecho ? esse eu achei intrigante de inicio e MUITO ansiosa no final…. Intrigante pois é no modelo alguns anos depois dos acontecimentos de Cor de Amaranthine, quase um prefácio do terceiro livro, e eu acho que o plot twist inteiro desse livro fica por conta desse desfecho e só de pensar várias teorias despontam na cabeça o que é claro me fez ficar ansiosa !

Apesar dos altos e baixo a média dele é bem e obviamente vale a pena ter na estante principalmente se você já leu O Saotur, as estrelinhas para este são 8

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] End Game o Chamado – James Frey e Nils Johnson-Shelton

Estabelecido por seres fora de nossa compreensão a centenas e centenas de anos atrás, EndGame é um jogo real e está prestes a começar, suas regras são simples, 12 jogadores de 12 raças devem combater para resguardar o seu próprio destino e o de sua linhagem, um jogo onde os outros não importam apenas você mesmo. A lenda diz que um sinal cairá do céu para informar o início do jogo e o fim da humanidade.

É neste cenário surreal que nos tempos atuais vemos 12 jovens sendo escolhidos de acordo com sua linhagem para iniciarem o tal jogo, Sarah Allopay é uma das jogadoras e está disposta a tudo para vencer, inclusive deixar seu namorado a quem ama muito para trás.

Tudo começa no chamado e é a caminho de lá que ela conhece Jago, outro jogador, de forma incomum eles decidem formar uma aliança e enquanto descobrem as pistas que levam em direção a chave da terra eles caem em emboscadas dos outros participantes bem como ambos têm que lidar com o despreparado Christopher que insiste em ir atrás dela apesar de tudo.

  • Quem sobreviverá?
  • Estaria Sarah disposta a sacrificar tudo pelo jogo?
  • Os jogadores apesar de seu treinamento pesado durante a infância são capazes de desenvolver sentimentos ou apenas matar sem piedade?
  • Alguém vai conseguir a chave da terra e prosseguir na disputa ?

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Lançado nos EUA em 2014 pela HarperTeen, EndGame – O Chamado é o primeiro livro de uma trilogia escrita pela parceria entre James Frey e Nils Johnson-Shelton teve sua edição brasileira feita pela Intrínseca em 2014 também. A escolha de narrativa foi a de 3 pessoa possivelmente no modo objetivo, claramente desenvolvido na estrutura de arco dramático que é a busca individual de cada jogador e sua linhagem, para tanto a obra é cheia de descrição, ação e diálogos tudo muito direto e objetivo.

Quando tento identificar em que misturinha essa história se encaixa, só me vem a cabeça o padrão – cara com um problema ( no caso 12 caras com um problema?) já que temos todos eles envoltos em uma situação de vida ou morte que é o próprio jogo em si e tendo que se livrar dessa com todo o treinamento e ajuda que puderem. Toda a trama apresentada se passa em semanas ou meses, impossível saber exatamente, sabemos porém que ela é linear e com contagem regressiva para o fim do mundo (legal né ?).

A divisão dos capítulos é interessante pois é o que nos posiciona geograficamente e socialmente como anda os conflitos e quem está com quem, falando em geografia EndGame se passa ao redor do globo, não tem um lugar exato encontramos várias cidades e pontos turísticos reais e em muitos deles o livro nos deixa com vontade de realmente estar lá.

A questão agora é falar para vocês as minhas impressões sobre esse livro, inicialmente eu o comprei pela capa e a sinopse me chamou um pouco atenção, porém quando tentei ler ele a primeira vez, simplesmente não me desceu e abandonei logos nas primeiras páginas. Este ano resolvi fazer um desafio literário ( peguei o desafio do Skoob ) e EndGame se encaixou na leitura de Fevereiro como livro escrito por mais de um autor e desta vez fluiu bem.

As ressalvas são grandes e ele na realidade não faz muito meu tipo de leitura afinal só contém tiro, porrada e bomba (literalmente) SÓ QUE a ação do livro é chamativa e você fica querendo entender qual pista cada jogador seguiu e no mínimo entender mais sobre cada civilização ( e é que aqui o livro peca.. só lamento James) e depois de sentir toda a enrolação das viagens e emboscadas a gente fica com a impressão de : nada de novidade por aqui! Nenhuma grande reviravolta nos é apresentada e isso também #chateia de montão.

Talvez O Chamado só se salve pela suposta experiência que ele deveria provocar, a iniciativa original da trilogia é uma grande parceria multiplataforma com a Niantic uma grande desenvolvedora de jogos, para tornar o EndGame real para nós leitores. Na época de seu lançamento teve pagina oficial, os personagens se tornaram reais que até rede social possuíam, tudo para presentear com uma mala de ouro a quem desvendasse o enigma que está entre as páginas do livro. (se você pensou em tentar achar a malinha de ouro pode desencanar, ela já foi entregue em 2015).

Mas não se acanhe com minha opinião, se você gosta de aventura rolando solta e tensão vendo os personagens lutando sobreviver. pode ser que seja uma excelente escolha para você. Agora se você pensava em dar uma chance para o restante da trilogia e ver como essa história inteira termina, pode tirar o cavalinho da chuva, EndGame – O Chamado é seguido por a Chave do Céu e As Regras do Jogo e infelizmente a Intrínseca cancelou o contrato com o James e o último livro não foi traduzido então a sua e a minha última opção é ler Rules Of the Game em inglês para concluir a saga e decidir se vale a pena ou não.

Para este Livro apenas ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐