[Resenha] O Labirinto do Fauno – Guilhermo del Toro e Cornelia Funke

Acho que eu nunca mencionei antes por aqui, e se já o fiz peço que me perdoem pois vou citar de novo. Eu faço parte de um clube de leitura de livros aqui na região onde eu moro, chamado Clube de Leitura do Gabo (@clubedeleituragabo lá no insta ou Youtube) e a nossa ultima leitura (que para mim foi na realidade uma releitura) foi: O Labirinto do Fauno do Guilherme del Toro e da Cornelia Funke.

Vamos ao que interessa então !

No livro conhecemos Ofélia, uma inocente garota de 9 anos de idade que se vê forçada por seu padrasto a se mudar com sua mãe grávida para o interior da Espanha em pleno período de guerrilha. Esse arranjo foi feito justamente por que Vidal, o padrasto, faz parte do Exercito Espanhol e por conta de sua patente de capitão e por sua personalidade (da qual falaremos mais adiante) foi designado para essa região a fim de achar e capturar desertores e guerrilheiros que se opunham ao governo da época.

Evidentemente que Ofélia não gosta do novo padrasto chamado Ernesto Vidal, e ainda sente muita falta do pai. O sentimento de Vidal para com ela é recíproco e a única coisa com o qual ele se importa é com seu filho que está para nascer. Para se afastar um pouco dessa triste realidade, Ofélia, que sempre gostou de livros e fantasia e magia, descobre um labirinto existente na propriedade e enquanto ela desvenda os caminhos desse labirinto (guiada por uma fada é claro) ela conhece o Fauno, um ser místico meio autoritário que lhe passa 3 perigosas tarefas que se cumpridas corretamente, vão liberar o retorno dela ao seu reino de direito onde seus pais a esperam.

A partir daí ela começa a se identificar como a princesa perdida do Reino do Submundo, a princesa Moana. Enquanto Ofélia acredita na historia do Fauno e vai realizando cada uma dessas tarefas, a realidade vai se desenrolando ao seu redor, trazendo a tona muito sofrimento e posso dizer que cada pagina de realidade contrastando com a fantasia de Ofélia é um soco em nosso estomago.

Essa obra prima foi publicada em  2019 pela editora Intrínseca e contem 265 lindas paginas com ilustrações de Allen Williams, esse tesouro é em capa dura e possui um marcador em fitilho sempre útil quando precisamos dar aquela pausa estratégica na leitura.

Vamos no entanto falar mais sobre o desenvolvimento da historia e eu gostaria de focar na narrativa escolhida, um singela versão de narrador onisciente, que por vezes oscila entre as aventuras e fantasias de Ofélia nos entregando quando preciso seu estado emocional para que nos liguemos a ela e passemos junto com ela por todas as descobertas, desconfianças, raivas e sofrimentos.

Como podem notar os autores se utilizaram de inúmeras ferramentas narrativas para a construção do livro, sendo a mais marcantes o monologo interno. Observei também a existência de historias de fundo em alguns momentos bem como a narrativa é muito sensorial em sua descrição, com seus tempos de ação muito bem colocados.

O plot todo é construído sob a estrutura mista do arco dramático e minimalista dos personagens, disposto para o leitor em cronologia linear e contínua, porém sua historia ocorre no passado distante de 1944 em um ambiente realista da Espanha dominada por Franco, cenário que nos ajuda a definir bem a motivação e escolhas dos personagens.

O Labirinto do Fauno, é uma adaptação em livro de filme homônimo que foi escrito, produzido e dirigido por del Toro em 2006, a partir dali veio essa ideia de transformar aquelas imagens em palavras escritas, sim vocês leram certinho, neste caso raro, o filme veio antes do livro e devo lhes dizer que a Cornélia fez um excelente trabalho nessa tradução intermidiática.

Além disso, temos o desenvolvimento do que podemos chamar de conteúdos extras para esta obra magnifica. Esses conteúdos que chamamos de interlúdio funcionam muito bem para contextualizar e nos situar sobre personagens chaves na história central contada, são um respiro necessário e cada um desses interlúdios nos trás uma faceta diferente e um olhar diferente sobre a historia bem como eventualmente a deixa mais triste e melancólica.

Eu sou bem suspeita para falar deste livro, porque eu particularmente saboreei cada pedacinho dele de novo e não me arrependo da releitura, até agora dias depois de terminada a leitura, ainda sofro junto com Ofélia a melancolia do lugar, merece com louvor 9 estrelinhas.

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Memórias de Minhas Putas Tristes – Gabriel Garcia Marquez

Hoje vai ter resenha tripla para vocês \o/..o que um desafio literário + preguiçinha básica não fazem com a gente né o post é para o Desafio do Livreando 2021 esta é uma resenha de Um Livro Que Leu em Um Dia =D então vamos ao que interessa e o resto não tem pressa !

Primeiro devo explicar que muito alegremente faço parte de um grupo de leitura no whats – o Clube de Leitura do Gabo e este clube é principalmente voltado para ler o livros do Gabriel Garcia Marquez, aka Gabo, é claro que muito espertamente eu encaixei a leitura de Janeiro do clube com o Desafio e voilá 2 coelhos com uma caixa d’agua só. Neste livro vamos conhecer a historia de um cronista do tipo bon vivant, solteirão a vida inteira que jamais quis uma relação profunda ou duradoura com alguém, eis que o sábio triste decide que em seu aniversario de 90 anos ele merece uma boa e merecida noite de amor, igual ao seu auge dos 20 anos, com muito esforço e ajuda de uma conhecida cafetina eles conseguem o acerto, porém no dia D e na hora H, nada acontece !

Ao invés de se aborrecer, afinal ele já esperava que algo assim pudesse ocorrer, ele se espanta pelo fato de que apenas observa-la dormir foi suficiente e a partir dali tudo passa a girar em torno de sua “Degaldina”. Suas crônicas semanais ganham um tom mais romântico e todas as economias são para ela e para o lugar onde se encontram quando dá! Essa “relação” impacta tanto nosso nonagenário, que ele passa a ver Degaldina em todos os cantos da casa e aos poucos seus devaneios nos mostram um pouco de seu passado e de seu real medo a respeito do casamento. Não muito tempo depois coisas adversas fazem com que o cronista e sua Degaldina se separem e quando o reencontro corre não é a melhor dos acontecimentos e só depois de muito entendimento e explicação ele entende e decide enfim dar tudo o que na opinião dele ela merece.

Memórias de Minhas Putas Tristes é um livro super curtinho de apenas 128 páginas e que foi publicado em 2004 na Colombia, aqui pra nós ele só cheio em 2005 pela Record e foi minha primeira experiência com o Gabo, e devo admitir que o estilo de escrita dele é bem diferente do que estou acostumada e não atrapalhou a leitura de forma nenhuma, mais deixou mais difícil de tentar encontrar as partes do livro depois, já que Gabo não escreve separando seus diálogos, são todos seguidos sem travessão. O melhor ganho definitivamente foi a narração em primeira pessoa, com a perde de a gente jamais saber o lado de Degaldina a respeito dessa historia, mas acredito que tenha sido justamente essa a intenção dele.

Utilizando das ferramentas narrativas mais convencionais como ação, muita descrição e diálogos não temos muitas surpresas reveladas, mais gosto de saber que uma tentativa de tensão na historia, é claro que sabemos que essa noveleta é eu gosto de chamar romances curtos assim não deixa tanto espaço assim para grandes reviravoltas, e a simplicidade da narrativa é realmente cativante, já quando falamos em tempo e espaço narrativo, não temos muitas informações mais é seguro dizer que o espaço narrativo é um misto de realista com fictício e deve ser fortemente baseado nas cidades colombianas, bem como o tempo narrativo eu colocaria no passado.

Só que eu sei que o que vocês realmente querem saber é, indica ou não? ou que você Helena achou deste livro e qual foi sua experiência. Como eu já mencionei, a forma de escrever do Gabo poderia ser o motivo pelo qual não me envolvi tanto com a historia, mas honestamente eu sei que foi o protagonista e também sei que foi a “mocinha”, a minha opinião sobre o livro é baseada estritamente no fato que não achei certo desde o inicio o contexto da coisa toda… se eu fosse politicamente correta teria abandonado o livro por que o mesmo faz apologia a pedofilia, e no fim é isso mesmo sabe…e só esse fato me deixou extremamente reticente sobre toda o resto da historia, honestamente a frase final de Rosa sobre Degaldina não me convenceu nenhum um pouco, e acho que no final o titulo faz jus ao nome.. é bem triste. Como não me convenceu esse livro ganha 6 estrelas por que apesar do tema ele é bem escrito isso eu jamais me negaria a dizer !

⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Sombras da Noite – Stephen King

E se um dia, os caminhões dominassem as estradas e a humanidade ? E se alguém inventasse um novo jogo de guerra com mini bombas nucleares de verdade ? E se o bicho papão realmente existisse.?.. Você já pensou no que faria caso alguma coisa desse tipo acontecesse ? Stephen King já e o que ele pensou é assustador ! Neste livro encontramos um coletânea de 20 contos escritos pelo nosso amado Mestre do Terror, e cada uma deles obviamente trabalhada um tipo diferente de medo que nos assola, o prefácio já começa show de bola nos trazendo verdades sobre como gostamos de flertar com o mórbido.

Começamos com um conto sobre Jerusalen’s Lot, uma cidade bastante conhecida por seu destino descrito em outro livro do mestre ( só pra deixar claro estou falando de Salen’s Lot), este conto é seguido por um que se passa no universo de Dança da Morte, nos mostrando um grupo de adolescentes irreverentes, logo mais encontramos o conto que em inglês que dá nome à coletânea, Ultimo Turno mostrando o quanto é absolutamente surreal lidar com ratos gigantes e um chefe ignorante, outro conto nos fala sobre alienígenas que tomam nosso corpo e claro um conto com ritual de magia negra feito inconscientemente e que trás vida a uma maquina de passar roupa. Seguindo na coletânea, lemos sobre o bicho papão e esta historia é sinistra demais, seguida por uma mais nojenta onde um homem é consumido por um fungo, a historia mais divertida certamente é a do mini guerrilheiros e seu ataque ao mercenário, claro que não se compara aos caminhões sobrepujando a humanidade.

Em seguida o tem uma intrigante historia sobre assassinatos em um campus de faculdade sempre que ocorria uma nevoa estranha, o próximo conto é sobre um cortador de grama com vida própria, absolutamente insano mas nada comparado ao que a instituição que te ajuda a parar de fumar faz por você, ou melhor com sua família caso não siga as regras. Ainda mais assustador éter um cara que sempre parece saber o que você quer.. ate que se descobre como ele faz isso.. afinal vodu é pra jacu certo ?
A coletânea finaliza com mais 5 outros contos, tão assombrosos quanto os demais começando com uma seita absolutamente estranha de crianças que vivem num milharal, conto este que tem adaptação de filme , seguido por um conto que trata de confiança e de comunicação entre irmãos, mais um conto sobre assassinato este guiado pelo “amor” e finalmente um sobre grandes e graves decisões.

Essa coletânea show de bola foi publicada e 1978 e conta com 388 paginas entre todos os contos , nem preciso comentar que o processo de escrita do King é genial e ainda me admito com a capacidade dele de transformar qualquer coisa em um historia seja ela de terror, horror, suspense ou mesmo um drama com tudo isso junto e misturado, mas não significa que eu tenha gostado de todos os contos é claro… admito que alguns foram maçantes, outros não fizeram sentido algum, alguns me fizeram pensar e muito e certamente teve uns que pensei WTH, mas de forma geral gostei da habilidade demostrada em trabalhar com qualquer coisa e nos dar uma historia e eu pessoalmente sou bem suspeita pois gosto muito de Stephen King, mas não passo a mão na cabeça.. Esta coletânea por exemplo só ganha 7 estrelas, sendo o melhor conto apresentado o Eu sou o Portal junto com Campo de Batalha e o pior sendo A Mulher no Quarto junto com Ondas Noturnas

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Para Sir Phillip com Amor – Os Bridgetons – Julia Quinn

Olar meus queridos !

Hoje vamos falar sobre o quinto da série dos Bridgertons, essa série mais que amorzinho que esta dominando as paradas literárias, mas vamos devagar e do começo ok ?

Neste livro vamos conhecer a história de Eloise Bridgerton, personagem já conhecida nossa dos outros 4 livrinhos que contam a historias de seus irmãos mais velhos, Daphne, Anthony, Benedict e Colin. Nesta fase da série, Eloise já passou algumas temporadas no mercado casamenteiro em Londres e nunca encontrou um par perfeito, a Mamãe Bridgerton praticamente desistiu de casar a moça, mas neste livro a visão é quase toda da Eloise e mal vemos seus irmãos. O enredo começa exatamente ou quase onde o livro anterior termina, ou seja, com ela fugindo! Sabemos que ela estava um pouco estranha e sabemos que tem haver com cartas, cartas para um tal Sir Phillip..e é quando Eloise cria coragem para conhecer a única pessoa que realmente chamou a atenção dela em termos de personalidade e que ousou pedi-la em casamento sem nem a conhecer. A possibilidade de uma ventura era boa demais para ser verdade e expectativa era excelente, pena que ela esqueceu que avisar para ele que estava chegando o que torna a experiência da surpresa algo bem dramático para nossa mocinha quem sabe apaixonada

Obviamente o choque da realidade chega e Eloise se depara com um homem muito difrente do que ela havia imaginado, mas esse homem a esse homem ainda é o que ela acha que precisa em sua vida. Muitas surpresas e desafios aguardam esse casal meio inesperado, Eloise facilmente aprende a lidar com os filhos pestinhas de Phillip, bem como ele percebe que ela era bem mais do que ele poderia ter esperado para tomar as rédeas da casa. A semana que passa no campo faz Eloise entender melhor como foi a relação de Marina e Philip e depois de uma impetuosa entrada dos Cavalheiros Bridgertons Salvadores de Reputação, Eloise acaba por perceber que aquela pode muito bem ser a vida que sempre quis e que Phillip apesar de temperamental e bruto é extremamente bonito e realmente precisa dela ao seu lado para domar os pestinhas e quem sabe ser finalmente feliz em um relacionamento.

Well, chegou a hora de gente olhar diferente para esse livro e ver ou tentar ver né como a escrita foi desenvolvida e tudo mais. Já de cara posso dizer que eu pessoalmente sou fã das quebras que a Júlia faz nos livros e a quebras destes são super interessantes apesar de relativamente aleatórias, a narração tanto pelo ponto de vista da Eloise como do Phillip também acaba deixando tudo mais interessante. O livro conta com 288 páginas leves e fluidas tornam a leitura muito rápida e prazerosa.

Acaba que não vemos muitas técnicas além da descrição, ação e muitos diálogos, as melhores cenas são claramente Eloise domando os gêmeos, mentira todos sabem que as hot são as melhores cenas e mesmo sabendo que o gênero não exige muita complexidade, admito que sinto falta de alguma astucia maior dos personagens, é claro que temos tensão e surpresa como elementos diferenciados O tempo narrativo escolhido é aquele que a autora mais domina, o passado e eu gosto de pensar que muita coisa que ela escreve é real querer não machuca né ? e o ambiente realista faz jus a pomposidade da época apesar de agora vermos muito mais do campo do que da cidade de Londres.

Minha curiosidade agora é sobre a Eloise da série da Netflix, pois aquela personagem quer muito mais da vida do que a sociedade em que ela vive permite, sinceramente não a vejo fugindo atrás do príncipe encantado, seduzida pela possibilidade do casamento. Já e Eloise dos livros quer sim casar, apenas se reserva no direito de escolher o melhor e o cara certo, não vemos toda essa questão de liberdade, apesar dela mesma admitir que o campo lhe oferecia muito mais dessa liberdade. Mas esse é um problema não pra mim, não para você e sim para Netflix alou quede segunda temporada ?.

Mas a honestidade senhoras e senhores ? é que o livro é bem ok… adoro romances leves e fofinhos principalmente para descansar a mente quando leio algo mais pesado…e os livros da Julia são um balsamo nesse quesito, porém é sempre mais do mesmo, a mocinha ou mocinho que se apaixona por alguém inesperado e seus dramas para ficarem juntos intercalados com sedução como se isso fosse suficiente para definir todo um relacionamento. Todos sabemos que a vida a dois é muito mais complexa do que isso e que nem tudo se resolve na cama, mas correndo o risco de soar hipócrita, eu admito que devorei ele em um dia =D.. as coisas que o tempo livre faz por você então apesar de clichê, sejamos honestos não tem como não querer saber todas as historias da família mais querida de Londres, dou pra esse livro 8 estrelinhas

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

Antes de ir é bom lembrar que estou fazendo o desafio literário do Livreando então esta é a primeira resenha do primeiro mês do DLL21: Um Livro Escrito Por Uma Mulher ! E força na peruca que vem mais resenha por ae !

[Resenha] Verity – Colleen Hoover

Em Verity vamos conhecer Lowen Ashleigh uma escritora mediana que por conta de cuidados médicos com sua mãe está em apuros financeiros, justamente nesse momento um oportunidade incrivel se apresenta: terminar uma série de livros já famosos e escritos por uma famosa escritora, ninguem mais ninguem menos que Verity Crawford
A situação inicial é constrangedora pois não é a propria Verity quem propõe a cooautoria e sim seu marido Jeremy, uma vez que na real ela está impossibilitada de qualquer coisa, afinal Verity está em profunda recuperação após um acidente de carro.
Lowen decide então passar 2 semanas na casa dos Crawford, para fazer a pesquisa necessária para que os livros sejam escritos e enquanto organiza sua vida financeira e suas ideias, ela encontra um autobiografia no meio das coisas de Verity e através desse projeto que Lowen descobre que a familia Crawford é cercada por tragédias mas nada a prepara para a carga emocional que a aquele livro carrega e as verdades crueis que ele revela
Que tragedias circundam essa familia ? Os pensamentos de Lowen a respeito de Jeremy são corretos ? Qual a real condição de Verity ? Afinal foi uma boa idéia aceitar a proposta ?

Lançado em 2018 nos EUA pela Houver Ink e aqui no Brasil em 2020 pela Galera Record este livro de 333 paginas (curto né?) nos apresenta de forma não convencional uma narrativa em primeira pessoa, vemos a historia toda pelos olhos da Lowen o que claro não nos deixa saber os pensamentos dos outros personagens envolvidos na história, com um padrão de enredo meio mesclado entre motivo de crime e amor e amizade, já que o centro todo da obra é justamente a tensão desenvolvida entre Lowen e Verity e Lowen e Jeremy.
Analisando bem de perto, posso dizer que ela é estruturada no que chamamos de arco dramático, com todo o desenvolmento e encerramento da história bem amarradinho.
O livro tem um desenvolvimento cronológico linear e é dividido de forma bem capciosa: temos 25 capitulos de historia e outros 15 capitulos que seriam da biografia de Verity, onde claro vemos as arma da Collen para nos manter entretidos, leitura esta que possui muitas surpresas e tensão. Tudo isso num cenário apavorante de uma casa imponente porem sombria em algum lugar a umas horas de Nova York, o que já indica que esse cenário é geoficiticio né personas.

Mas vamos ao que importa não é mesmo? O que este livro me fez passar não está no gibi meu caros leitores…tenho que admitir que Coollen soube nos fazer comer o papel ou o Kindle como preferir… a narrativa é realmente envolvente e tem uma idéia principal bacana…PORÉM…sempre tem um porém... todo o clima criado para entendermos melhor a historia é totalmente jogado no lixo com o epílogo. Collen porque cê faiz issu ? Admito que diversas vezes me caguei todinha lendo o livro e a atmosfera da casa me perseguiu por diversas vezes, só que no final tudo virou fumacinha. Reforço aqui que ela podia ter trabalhado muito mais o Crew ou mesmo a enfermeira creppy que cuidava da Verity, achei a construção do relacionamento entre a Lowen e o Jeremy convincente até porém levemente forçado. Então o resultado é amo mais odeio entenderam ? A sensação que tive lendo o livro é: de ser feita de trouxa! E essa sensação não é bacana abiguinhos mas, porém, contudo, todavia, no entando… o enredo proposto prende a atenção sim, então vale a leitura sim senhor! Quem sabe você fica com uma ideia diferente da minha né ? Minha avaliação final é 7 estrelinhas !

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Matadouro 5 – Kurt Vonnegut

Billy Pilgrim é um veterano de guerra sobrevivente da catástrofe de Dresden que ocorreu bem no finalzinho da 2 guerra mundial ! Tudo estaria bem a não ser pelo acaso de que Billy adquiriu uma curiosa e inescapável capacidade de estar solto no tempo.
Vamos vendo ele se deslocar entre os momentos importantes de sua vida, como um mero observador, passamos por seu casamento, casamento da filha, mas o cenário maior se desenvolve exatamente enquanto ele esteve preso em Dresden até sua passagem em um zoológico alienígena, onde pasmem ele fazia par com uma renomada estrela de Hollywod. Para Billy tudo estava bem, nada fora do padrão, apesar de todas as situações estranhas que ele passou/passava/passaria.
Por conta da guerra ele ficou alguns anos em um hospital psiquiátrico conhecendo pessoas de gosto duvidoso e que realmente precisavam estar naquele lugar porque ele tendo visões de outras épocas de sua vida não se encaixa como distúrbio mental né abiguinhos. Continuamente solto no tempo, ele pula de etapa em etapa de sua vida sem necessariamente lembrar de estar presente naqueles momentos, o mais marcante deles, era a abdução alienígena por que não ? não é mesmo. Aliás para Billy, todos deveriam saber sobre Tralfamadore, ideia que é claro constantemente rebatida por sua filha.

Senhores se vocês esperam linearidade e uma historia coesa, não é neste livro que vão encontrar, não mesmo. Começamos a historia com um narrador personagem que não tem nenhuma ligação com Billy, porém nos demonstra a motivação para se escrever sobre a guerra e onde ele conseguiu os detalhes que usou no livro ( Kurt você não engana ninguém sabemos que era você ali…)
Lançado originalmente em 1969 pela Delacorte lá nos Estados Unidos, esse livro só veio chegar no Brasil por volta de 1971 pela editora Artenova, mas a Intrínseca lançou uma edição bem bonitosa pra comemorar os 50 anos da obra, inclusive eu li nela.

Encontramos nesta obra o gênero ficção cientifica, totalmente escrita no estilo anti estrutura, alias é muito raro encontrar essa estrutura de escrita home em dia, com uso e abuso do flash back e ouso escrever que flashfoward também, tem temos o básico de ação, descrição e contextualização. Os cenários em que a historia se passa são bem misturados entre as opções geoficticios, fictícios e realistas. Eu nem vou tentar por ele em um padrão de enredo porque não é o tipo de obra que pode ser classificada em um padrão ( e tenho dito !)

Mas ok, o que vocês querem mesmo saber é se vale a pena ou não essa historia certo ? Vou lhes adiantar que desde A Mão Esquerda da Escuridão da Ursula K Leguin, eu já sabia que essa tipo de livro não era minha praia, nem por isso vou abrir mão de um bonito desafio né, afinal a gente sempre pode ser surpreendido lendo um livro ! Então quando vi que ele seria uma antiestrutura, eu respirei fundo e apreciei o que pude dele, engasguei sim um pouquinho nele e admito que tive vontade de deixa-lo para trás diversas vezes… Não posso negar que a sátira contida nessa obra é bem visível, achei ele engraçado em alguns pontos outros realmente me incomodaram, mais por questões pessoais do que por qualquer outra coisa nada especifico do livro. Só que fiquei com sentimento de não entender muita coisa do que Kurt gostaria de ter nos passado, não consigo identificar para o quê ele queria nos abrir os olhos entendem.
Enfim, amantes da ficção cientifica são raros e em sua forma bruta mais raros ainda, se você querido leitor faz parte desse time certamente vai gostar e até rir um monte com esse livro ! Mas talvez você não deva embarcar nele se não é fã de sátiras mais pesadas, ou mesmo sensível a determinados temas assim como eu. Isso claro torna muito mais difícil indicar a obra, apesar de edição linda o conteúdo realmente não foi bem digerido por mim e por fim só me resta a avaliação geral

⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Cor de Amaranthine – Natália Smirnova Moraes

Cor de Amaranthine é a continuação direta de O Saotur ambos de autoria da Natália Smirnova Moraes ( já postei sobre ela aqui ó link do post).

Neste livro vamos acompanhar a viajem de Constantin e a trupe da realeza do reino sem nome, Amaranth, Koi e o escudo humano Eliot. Enquanto eles prosseguem nessa aventura, descobrimos mais sobre a origem de Constantin, sobre sua dura infância e principalmente sobre como ele acabou no Volvet.
Durante essa viajem descobrimos também a origem da guerra entre os não marcados e os marcados, descobrimos também o sofrimento que Amaranth carrega esse tempo todo em seu coração. Misturado em tudo isso vemos como Phaeron lida com toda a situação no Reino sem nome uma vez que ele agora possui grandes poderes, e todos sabemos que com grandes poderem vem grandes responsabilidades não é mesmo ?
Vemos relações começarem e se romperem e decisões difíceis e horríveis sendo tomadas, bem como personagens novos e intrigantes surgirem para abalar o reino sem nome e quem sabe a vida de todos os não marcados no mundo todo.

Como lidar com toda frustração da traição ?
Como justificar ações quando as raças não se dão bem e nunca se darão ?
Como suportar a verdade e fazer parte do sistema ?
A vingança se tornará real ?

Lançado em 2019 pelo Clube de Autores e em ebook pela Amazon, esse livro possui uma estrutura literária interessante com narração em 3 pessoa sendo este mesmo narrador um observador onisciente focados para 2 personagens o Constantin e Amaranth, não excluindo é claro as passagens menores, posso dizer que neste aspecto o modo narrativo é bem parecido com o livro anterior
Organizado em 23 capítulos lineares desenvolvidos essencialmente na estrutura de arco dramático onde vemos o desenvolver e amadurecimento dos personagens, vemos também alguns toques de omissão, descrição, fluxo de consciência e claro o amado flash-back, e é essa ferramenta narrativa que vai nos explicar muita coisa sobre o Constantin.

Tudo isso com bastante ação, diálogos, surpresas e talvez quem sabe um plot twist bem entrelaçado, toda essa aventura se desenvolve em dias semanas meses, é difícil precisar exatamente, mas eu chuto que essa viajem levou alguns meses, e ela se deu em um ambiente geoficticio (com uma exibição bem triste de Londres eu diria)
Quando resolvi parar e identificar a receitinha do bolo que chamamos de padrão de enredo, de novo deparei com uma opção que eu consideraria mista. ( talvez separando em sua trama e sub trama quem sabe) Percebi dois padrões de enredo: o Velocino de Ouro que é o geral e Amor e Amizade como secundário ou sub trama, assumi que já que temos uma equipe buscando um objeto valioso passando por aventuras diversas e perigos diversos( Velocino) e durante essa busca surge o herói incompleto que deve superar uma situação difícil a fim de estar ao lado da pessoa que lhe dá paz, esta pessoa seria a contra parte que o complementa e por vezes é seu oposto, porém surge uma complicação (e que complicação heim Natália) e encontramos o desfecho do improvável casal, seja ele feliz ou triste ( Amor e Amizade)

Mas afinal o que eu como leitora achei de Cor de Amaranthine ? Vou admitir que tem um misto de emoções rolando em relação a ele! Achei impressionante a dinâmica da viajem que é o centro do livro, de como eles passam por vários lugares e mesmo tentando passar despercebidos surgem situações que demandam ações, ver o aprofundamento da historia dos marcados e começar a entender a origem pontual do problema entre as raças foi enriquecedor e claro que saber o passado do Constantin também foi legal…. até certo ponto, conhecer os fatos que o transformaram em quem ele é foi demais, porém em algumas partes ficou redundantes (não leva a mal Nat =~~). Honestamente só sei que até agora Constantin não me convence como pegador geral mas isso sou euzinha mesma.

Outro ponto que não me convence é o motivo dos marcados, mas aqui de novo é ideologia pessoal desta que vos fala, a Amaranth tem seus motivos para pensar como pensa, só acho que ela não vê o cenário todo, ou se o vê, não se importa. Eu talvez diria que senti falta dos Saotur nessa história, que ver mais sobre eles e mais deles porém fatos do livro anterior corroboram a ideia de que isso não seria possível, se eles estivessem lá seria uma senhora falha de cronologia. Enquanto isso o que achei do desfecho ? esse eu achei intrigante de inicio e MUITO ansiosa no final…. Intrigante pois é no modelo alguns anos depois dos acontecimentos de Cor de Amaranthine, quase um prefácio do terceiro livro, e eu acho que o plot twist inteiro desse livro fica por conta desse desfecho e só de pensar várias teorias despontam na cabeça o que é claro me fez ficar ansiosa !

Apesar dos altos e baixo a média dele é bem e obviamente vale a pena ter na estante principalmente se você já leu O Saotur, as estrelinhas para este são 8

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] O Saotur – Natália Smirnova Moraes

Esta aqui na realidade é uma segunda resenha desse livro, uma vez que eu decidi rele-lo para poder ter tudo bem fresquinho para a continuação A Cor de Amaranthine, que será resenhada muito em breve (aguardem boahahha). Eu espero muito que fique melhor do que a primeira e se é para passar vergonha passamos de uma vez né… se você quiser comparar as resenhas a primeira está no canal do Youtube confere lá…

Nossa aventura começa com um naufrágio, de onde surge nosso protagonista Constantin Teller, salvo da morte certa por algo que ele não sabe o que é, nosso jovem desmazelado só pensa em permanecer vivo e graças a amistosa Lithy ele consegue. Constantin consegue se fortalecer e se recuperar, logo no entanto, ele se dá conta de que talvez não seja tão bem apreciado como visita naquele lugar desconhecido, afinal as circunstancias suspeitas de sua chegada ali só dão margem a uma interpretação: uma declaração de guerra dos misteriosos Saotur, uma espécie monstruosa e sem escrúpulos que habita a região do Reino Sem Nome.

Enquanto isso conhecemos a historia de Helena, Lótus e de como essa relação proibida resultou em Saphere, o meio saotur responsável por salvar Constantin. É durante o julgamento de Saphere que a gente tem uma outra visão de quem realmente são os saotur e o qual o papel deles neste mundo tão protegido, além de conhecermos o desenvolvimento do amor de Helena por Lótus.
Constantin então é testemunha do quão dura a Realeza pode ser com quem não anda de acordo com suas leis e logo ele aprende os costumes e hierarquias, conseguindo apesar de tudo isso realizer seu sonho de se tornar escritor quando ele ganha da Realeza o brasão que lhe permite exercer essa atividade.

Tudo isso se desenrola em um cenário magnifico cheio de conspirações, traições e muito acaso do destino onde planos são destruídos, vidas são salvas e inocentes são enganados !

  • Como será que Constantin conseguiu se virar esse tempo todo ?
  • Afinal porque esse ódio pelo diferente ?
  • Que segredos a Realeza esconde ?

Para descobrir isso e outras coisitas mais, faça como eu e dê uma chance ao nacional fantástico maravilhoso que é o Saotur.

Esta é uma obra bem nacional apesar da origem da autora ser russa (eu sempre vou zuar isso) e como aqui no Brasil publicar por editora é meio difícil, ela escolheu a forma independente de publicação, portanto em 2016 a Amazon foi escolhida para o ebook e o Clube de Autores se você quer uma versão física (alias eu insisto nisso) essa boniteza é bem curtinha e tem apenas 324 páginas.

Compre Aqui Ebook
Compre Aqui Fisico


Quando abordamos o lado mais técnico da coisa, essa fantasia chega a principio sem muitas novidades, temos uma confortável narração em 3ª pessoa que é quase considerado ponto de vista, ela tem várias perspectivas, sendo a de Constantin uma delas e alguns outros personagens, como Helena e Phaeron, complementam a narração. O arco dramático é todo feito com descrições fabulosas e muita contextualização, sem maneirar no flash back (pobre Helena) a gente certamente é arrebatado pelas surpresas e revés (pelas cenas calientes também heim)
O roteiro é linear e sua historia se passa em dias, semanas e meses e o espaço da narrativa, ou seja, o cenário é fantástico. A historia tem uma essência que você pode chamar de clichê mais o padrão de enredo que eu vejo aqui é o Cara Com Um Problema e uma pinceladinha de Ritos de Passagem e acho que é essa pinceladinha que deixa tudo interessante

OK, vocês já tem um resumo da obra e um breve analise literária e acho que esta na hora de eu falar a minha opinião né ?

Não é segredo que gosto muito do trabalho da Natália e todos sabemos como é difícil criar algo novo e diferente e ela conseguiu nos apresentar esse diferente em O Saotur, mesmo que ele tenha amor e ódio como pano de fundo o que sobressai certamente é estarmos exatamente como Constanin, sem saber onde estamos e o que vamos descobrir ali.

No video do canal, eu cheguei a comentar que seria interessante a gente saber em que momento a historia se passa, pois a transição do tempo é bem sutil e relendo a obra posso afirmar que eu é que fui afobada mesmo e que o flash back que a gente encontra é bem claro e evidente. MAS senti falta de entender um pouco mais da motivação dos saoturs (esse plural tá certo ?) e da sua origem de forma geral, senti falta de mais deles já que são eles que dão o nome ao livro né… difícil explicar eu sei .

Mas o que mais gostei mesmo é do sentimento trabalhado no Saphere, que quase ninguém nota mais esta lá e sei que isso será desenvolvido ( VEM AMARANTHINE). No fim gente o que importa é que adorei demais a obra e ela vale cada centavinho investido principalmente e especialmente se você assim como eu é louco nas fantasia

Avaliação dessa lindeza é 9 estrelinhas. ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Tieta do Agreste – Jorge Amado

Estamos na ficcional Santana do Agreste na real Bahia e o livro começa nos explicando o motivo da fuga de Tieta, motivo este que chega a ser bem óbvio – menina rebelde e sem rédeas, irmã delatora e pai extremamente bravo fez toda a receita. Anos se passam e após meses sem noticias para a família, todos esperam o pior quando na realidade o que ocorre é a volta da filha pródiga. Tieta volta e para todos é uma menina de sorte que casou com um ricaço que infelizmente a deixou viúva ela então decide que precisa de férias em sua terra natal, mostrar que pode ser generosa apesar de não o terem sido com ela no passado.

Antes a historia fosse apenas isso, em meio a todo o caos o progresso quer andar e chegar até no interior da Bahia e Tieta faz o que pode com sua influencia poderosa que tem origem em São Paulo, influencia essa que acabamos por perceber serem de outras naturezas. Vemos várias historias se entrelaçarem e vários temas importantes como progresso, manipulação politica e preconceito serem discutidos.Mas absurdo no entanto é o envolvimento de Tieta com seu sobrinho mais velho, ela bem que tenta ficar longe mais Ricardo é bem tentador e aqui temos mais um ponto chocante para os leitores da época.. imaginem só Tieta é uma cortesã (falei bonito né? prostituta acho que fica mais claro)

A cidade é cheia de seus segredos e a politica se mistura com sentimentos, o inocente prefeito não percebe a manipulação para que ele ceda o paraíso aos capitalistas e Tieta persiste em ficar de fora dessa briga. As irmãs de Tieta cada uma a seu jeito querendo se aproveitar da riqueza dela. O resultado é claramente desilusão amorosa e progresso que nunca chegou a cidade. Eventualmente toda historia de Tieta é revelada e ela por fim decide que afinal visitar sua terra foi um erro !

Esse nacional muito chocante foi lançado em 1977 pela Companhia das Letras Analisando dentro da nossa ampla língua portuguesa, identifiquei pontos relevantes como por exemplo a narração em 3ª pessoa bem do tipo onipresente aquele que sabe tudo, com as interrupções do autor em 2ª pessoa. Acabou que por conta dessas interrupções ficou com um formato extremamente curioso (é de analisar se era padrão do Jorginho). Procurei muito e na qualidade leiga de letras em português percebi que não se encaixa em nenhum padrão de enredo que eu conheça.

Um obra com muito dialogo e descrições precisas das belas praias da Bahia também encontramos muita contextualização e talvez pela primeira vez uma ironia verbal e algumas pitadas de flashback. Encontramos uma estrutura bem mista entre arco dramático e minimalista e um tempo narrativo linear e no presente que decorre em dias semanas e meses obviamente em um cenário geoficticio

No impacto literário pessoal (ou seja na minha opiniãoooo) esse livro é diferente de várias formas, primeiro que não me lembro de ter tido muito contato com literatura brasileira que fosse nesse formato que vou chamar de excêntrico.

Os temas que essa obra trata são intrigantes e passiveis de extenso pensamento sobre como somos conduzidos como massa votante.
Vou pular a parte safada do livro pois a mim me parece muita forçação de barra do Jorge Amado no relacionamento deveras estranho da Tieta com seu sobrinho e de como obviamente isso afetou como pessoa veja bem não discuto o formato de vida dela e nem como ela decidiu viver mas ainda sim uma forçação!
A parte politica acredito eu que nunca mudou e percebi um estranho fundo de verdade em como tudo funciona até nos dias de hoje. Me ressenti de não ter trabalhado muito o preconceito mais acho que pela época era esperado que ficasse por isso mesmo a reação do jovem prefeito com sua escolhida.

Resumo mesmo ? achei muita cena de sexo e pouca resolução de problema.. nada além de uma retratação do nosso cotidiano e suas imprevisibilidades… nada mais chato do que nossa vida chata não é mesmo ? Só odiei firmemente Jorge interrompendo a narrativa da historia para esclarecer fatos ou mesmo “brigar” com seu suposto concorrente, pode ser o diferente da época mas isso sempre quebrava a leitura e nem eram tão relevantes as informações que ele cedia. Esperava mais de Tieta é verdade mais reconheço que de sua forma ela fez o que pode por uma comunidade que sempre a desprezou … no fim dou 8 estrelinhas pra esse nacional que inspirou novelas e filmes.

Esta ganha : ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha]O Último Turno – Stephen King

Certamente Bill Hodges e Holly Gibney estão de volta nesse livro e se tem um osso que Bill não larga esse osso é Brady Hartsfield, o diabólico Assassino do Mercedes. Mesmo após tanto tempo ele continua a visitar Brady no hospital apenas para se certificar que o monstro continua em estado vegetativo e que não poderá ferir mais ninguém… mas será mesmo ?

Enquanto Bill tem que lidar com seus demônios internos ele e Holy acabam envolvidos em uma investigação de uma série de suicídios, o curioso é que de alguma forma as vitimas parecem ter ligação com Brady e contrariando tudo e todos Bill e Holly se deparam com um intrincado plano de Brady, que agora misteriosamente (pq não né tio King) parece ter poderes psíquicos e de forma surreal consegue “acessar” outras pessoas.

Como antes, Brady tem expectativas de conseguir fazer com que o detetive caia pelo suicídio, o que talvez ele não espera é que os dias de Bill já estejam contados. Todo o plano de Brady vai sendo exposto e sem tempo para provar a culpa dele, Bill decide que este é seu ultimo turno e que desta vez ele não vai deixar margem a erros em sua caçada.

– qual plano intrincado de Brady?
– como ele conseguiu poderes ?
– porque esse é o ultimo turno de Bill

Falar de King e de sua editora já não é novidade para vocês, então já podem imaginar que Ultimo Turno foi lançado nos Estados Unidos pela Scribner em 2016 e neste mesmo ano pela Suma de Letras aqui no Brasil uma obra com 432 páginas de uma excelente história.

Com uma narrativa em 3 pessoa, bem possível que no modo universal, o que torna tudo mais legal pois a gente tem até um lado do Brady ( saber o lado do vilão é muito louco), a gente já começa se deparando com a tipica e não convencional divisão de capítulos e uma total falta de índice pra que índice né…mas cada pequena parte apresentada tem seu titulo bem criado e definido para gente entender o que aquele ato quer nos dizer. Stephen King não dá ponto sem nó senhores

Com um claro padrão de enredo – Motivo do Crime, a gente logo vê o segredo e a virada sombria de Bill sobre o Brady, afinal que culpa maior Bill carrega na consciência senão o fato de nunca ter conseguido pegar Brady na época do Mercedes e sua virada é no minimo irônica. Todo o arco dramático é montado no que já conhecemos dos outros 2 livros e os momentos de tensão e são bem interessantes, principalmente os da Barbara a irmã do Jerome.

Quando olho como leitora e consumidora, essa obra é memorável e o encerramento de um ciclo fantástico, obviamente eu estou #chateada com o desfecho do Bill mais entendo que era o fluxo necessário da historia (quando não da vida não é mesmo?). Não posso negar o imbatível crescimento psicológico e sentimental da Holly que é só melhor personagem que o Mestre já escreveu na vida, certamente vale a compra da trilogia inteirinha.

Para não dizer que foi perfeito, senti falta de um encerramento mais apropriado para Jerome e Barbara, claro que a gente sabe rapidamente o que ocorreu com eles, mas em comparação a Mr Mercedes, ambos aparentam ter sua importância reduzida na vida de Bill, seria interessante ver o crescimento deles, mas acho que aqui é aquele gostinho do King de nos deixar imaginar o que poderia ter ocorrido.

Esta ganha : ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐