Apenas mais uma viajante do mundo literário

Categoria: Fantasia

[Resenha] O Labirinto do Fauno – Guilhermo del Toro e Cornelia Funke

Acho que eu nunca mencionei antes por aqui, e se já o fiz peço que me perdoem pois vou citar de novo. Eu faço parte de um clube de leitura de livros aqui na região onde eu moro, chamado Clube de Leitura do Gabo (@clubedeleituragabo lá no insta ou Youtube) e a nossa ultima leitura (que para mim foi na realidade uma releitura) foi: O Labirinto do Fauno do Guilherme del Toro e da Cornelia Funke.

Vamos ao que interessa então !

No livro conhecemos Ofélia, uma inocente garota de 9 anos de idade que se vê forçada por seu padrasto a se mudar com sua mãe grávida para o interior da Espanha em pleno período de guerrilha. Esse arranjo foi feito justamente por que Vidal, o padrasto, faz parte do Exercito Espanhol e por conta de sua patente de capitão e por sua personalidade (da qual falaremos mais adiante) foi designado para essa região a fim de achar e capturar desertores e guerrilheiros que se opunham ao governo da época.

Evidentemente que Ofélia não gosta do novo padrasto chamado Ernesto Vidal, e ainda sente muita falta do pai. O sentimento de Vidal para com ela é recíproco e a única coisa com o qual ele se importa é com seu filho que está para nascer. Para se afastar um pouco dessa triste realidade, Ofélia, que sempre gostou de livros e fantasia e magia, descobre um labirinto existente na propriedade e enquanto ela desvenda os caminhos desse labirinto (guiada por uma fada é claro) ela conhece o Fauno, um ser místico meio autoritário que lhe passa 3 perigosas tarefas que se cumpridas corretamente, vão liberar o retorno dela ao seu reino de direito onde seus pais a esperam.

A partir daí ela começa a se identificar como a princesa perdida do Reino do Submundo, a princesa Moana. Enquanto Ofélia acredita na historia do Fauno e vai realizando cada uma dessas tarefas, a realidade vai se desenrolando ao seu redor, trazendo a tona muito sofrimento e posso dizer que cada pagina de realidade contrastando com a fantasia de Ofélia é um soco em nosso estomago.

Essa obra prima foi publicada em  2019 pela editora Intrínseca e contem 265 lindas paginas com ilustrações de Allen Williams, esse tesouro é em capa dura e possui um marcador em fitilho sempre útil quando precisamos dar aquela pausa estratégica na leitura.

Vamos no entanto falar mais sobre o desenvolvimento da historia e eu gostaria de focar na narrativa escolhida, um singela versão de narrador onisciente, que por vezes oscila entre as aventuras e fantasias de Ofélia nos entregando quando preciso seu estado emocional para que nos liguemos a ela e passemos junto com ela por todas as descobertas, desconfianças, raivas e sofrimentos.

Como podem notar os autores se utilizaram de inúmeras ferramentas narrativas para a construção do livro, sendo a mais marcantes o monologo interno. Observei também a existência de historias de fundo em alguns momentos bem como a narrativa é muito sensorial em sua descrição, com seus tempos de ação muito bem colocados.

O plot todo é construído sob a estrutura mista do arco dramático e minimalista dos personagens, disposto para o leitor em cronologia linear e contínua, porém sua historia ocorre no passado distante de 1944 em um ambiente realista da Espanha dominada por Franco, cenário que nos ajuda a definir bem a motivação e escolhas dos personagens.

O Labirinto do Fauno, é uma adaptação em livro de filme homônimo que foi escrito, produzido e dirigido por del Toro em 2006, a partir dali veio essa ideia de transformar aquelas imagens em palavras escritas, sim vocês leram certinho, neste caso raro, o filme veio antes do livro e devo lhes dizer que a Cornélia fez um excelente trabalho nessa tradução intermidiática.

Além disso, temos o desenvolvimento do que podemos chamar de conteúdos extras para esta obra magnifica. Esses conteúdos que chamamos de interlúdio funcionam muito bem para contextualizar e nos situar sobre personagens chaves na história central contada, são um respiro necessário e cada um desses interlúdios nos trás uma faceta diferente e um olhar diferente sobre a historia bem como eventualmente a deixa mais triste e melancólica.

Eu sou bem suspeita para falar deste livro, porque eu particularmente saboreei cada pedacinho dele de novo e não me arrependo da releitura, até agora dias depois de terminada a leitura, ainda sofro junto com Ofélia a melancolia do lugar, merece com louvor 9 estrelinhas.

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Santo Guerreiro – Roma Invicta – Eduardo Spohr

Hoje a gente vai falar de um nacional muito esperado desde seu anuncio, faz alguns anos que Eduardo Spohr está trabalhando em algo novo e finalmente pusemos as mãos nessa belezinha que é Santo Guerreiro: Roma Invicta, honestamente não sei qual deles é o nome da trilogia e qual deles é o titulo do volume 1 tá ok, na realidade ele era pra ser lido ano passado mais né vamos fingir que não sabemos disso.
Santo Guerreiro vai iniciar a historia de Georgios Anicio Graco, futuramente conhecido como São Jorge e é interessante ver que antes de saber sobre ele, precisamos saber sobre seus pais, então logo de inicio somos apresentados a Laios e Polycronia que se conhecem na decisiva batalha dos romanos contra os palmirenses na revoltosa cidade de Palmira onde a rainha Zenóbia ainda resistia bravamente. Laios é peça decisiva nessa batalha e por conta disso recebe alguns “privilégios” do então césar romano Aureliano acho que para ele acho que nunca foram privilégios mas nem tudo são flores e quando ele assumir o cargo de magistrado em Lida, uma pequena cidade perto de Jerusalém e é nesta cidade que nasce Georgios nosso protagonista.

Apesar de contar com os favores do césar, a vida dos Graco não foi necessariamente fácil durante esses 15 anos pois a constante batalha politica no Senado drenava as energias de Laios e seu “colega” Ras Drago não ajudava em nada nessas questões, afinal por mais pacato que fosse viver em Lida, o sangue de Laios clamava por batalha e assim ele eventualmente tem seu desejo atendido por livre e espontânea pressão. Os Gracos nesse meio tampo são literalmente traidos e obviamente Georgios passará por muito coisa até conseguir entrar na escola dos legionários da Nicomédia, onde seu maior desejo é integrar a Legião Fulminante antigo legado de seu pai, entre as adversidades, ele aprende um pouco de medicina, salva escravos e um pouco mais entre elas diversos traumas que olhando futuramente devem ser o fator motivador dele virar quem deve ser e fator motivador para sua revanche.

Santo Guerreiro é um pouco grandinho e pode ser inserido no campo calhamaço facilmente, com 588 páginas foi impresso pela Editora Verus em 2020. Claro que esse livro faz parte do meu DLL de 2021 e o tema em que eu o encaixei foi – Um Livro que Deveria ser Lido em 2020 –
Agora que falamos sobre o resumo e apresentamos um pouco do livro queria trazer a forma original como essa historia nos é entregue e já lhes digo que isso é a parte mais interessante do livro. Eduardo escolhe nos apresentar nesta ficção histórica, 2 personagens que estão trocando cartas ente si sobre a possibilidade de surgir essa “biografia” de Georgio, um formato surpreendente por mesclar a narrativa em 1 e 3 pessoa, e pasmem os personagens APENAS são Helena de Constantinopla, também conhecida como Santa Helena e Euzébio de Cesareia conhecido bispo e historiador palestino
Essa narrativa essa cheia de descrições, ação, diálogos com porções de fluxo de consciência, tensão e algumas surpresas e muito monólogo interno, possui a estrutura narrativa de arco dramático e está dividida em 3 tomos intercalados por cartas sendo e certamente pode ser encaixada facilmente em um padrão de enredo Cara com Problema, já que Georgios passa por muita coisa inesperada e isso indiretamente acaba formando quem ele vai se tornar no futuro.
O tempo é o mesmo da historia entregue pelas cartas, apesar de a cartas se passarem depois do acontecimentos narrados, ou seja, se passam no passado e quando digo passado é nosso passado mesmo cerca de 200~300 anos DC ( aliás daí vem o gênero ficção histórica, usar fatos reais e documentados junto com personagens fictícios. Então vocês, leitores expertos já inferiram que o espaço narrativo é realista, mesmo que toda nomenclatura usada fosse a da época, são lugares que existem, apenas possuem outro nome como por exemplo a Nicomédia que hoje seria parte da Turquia.

Finalizando essa enorme resenha, vamos finalmente ao veredito de Helena, no caso eu não a de Constantinopla, a história demora um pouco a engrenar até chegar onde realmente queremos e esse sentimento está inserido dentro do próprio livro, apesar disso entendo a escolha de Flavia Helena ( ou seria de Eduardo Sporh ?) de começar com os pais do protagonista, é aceitável até, mas uma divisão inteira sobre o assunto se torna meio cansativo, existe uma hora que a gente já entendeu de onde vem a confiança de Georgios e quase sente que o que é contado não é necessário, eu disse QUASE tá.
No final a gente sente que desenrola e só toma um baque com o final, eu me senti o Jonh Travolta em Pulp Fiction: é o que ? acaba aqui ? temos que esperar o segundo agora? Ficou meio sem conclusão que nos deixe relativamente tranquilos…Então de aqui já sugiro, se você não suporta esperar e quer saber TUDO, melhor esperar a trilogia estar completa, temos ainda 2 livros a serem escritos, Ventos do Norte e Império do Leste.
De forma geral, eu gostei muito do desenvolvimento do protagonista e do enredo e posso dizer que espero que sejam mordidos pelo mosquito da pesquisa, não sei para vocês, mas quando descubro um pequeno fundo de realidade nos livros começa a pesquisar sobre e vou encontrando assim os vários pontos de conexão e é justamente isso que esse livro tem, atentem que quase todos personagem ( se não todos pois não pesquisei) são reais e ver que realmente fizeram os atos do livro me empolga muito então essa obra leva 8 estrelinhas

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] The Witcher – A Espada do Destino – Andrej Sapkowski

Hoje a gente tá aqui para falar da continuação de The Wicther, o Último Desejo, historia sensacional que conta a saga de Geralt de Rivia.

Importante – A Resenha de O Ultimo Desejo está no canal e você pode conferir aqui ! – Importante

Baseado no final do primeiro livro, a essa altura sabemos que o bruxão tem coisas não resolvidas com feiticeira Yeniffer, mas neste livro apenas encontraremos mais historias de como Geralt vai evitando ou pelo menos tentando evitar seu encontro com o Destino, até ele eventualmente não conseguir mais fugir do elo que ele mesmo forjou.
Suas aventuras neste livro vão desde a caça de raros dragões dourados, passa por lidar com dríades e até ajudar um trambiqueiro a ter uma vida pacifica com excelentes negócios. Em quase todas as aventuras seu amigo inseparável Jaskier, a.k.a Dandelion, que por sinal sempre que ele aparece, ou ele é o motivo de problema ou arrasta Geralt para um problema.

Também fica evidente que Geralt e Yeniffer ainda tem muito que esclarecer sobre o relacionamento conturbado que vivem. No entanto, o centro da historia mesmo é o encontro de Geralt com Ciri, uma menina no minimo petulante, sendo também onde vamos encontrar os primeiros vestígios da realidade de quem ela é e qual a ligação existe entre eles (aquela que Geralt insiste em renegar e fazer pouco caso) e também aprendemos mais sobre a situação politica dos países, principalmente o destino de Cintra e consequentemente o destino de Ciri. Vocês devem estar me achando muito vaga e juro que não é intenção apenas não quero estragar as divertidas historias de Geralt para vocês, a boa noticia é que a partir daqui a historia ficará consistente e linear então ficará mais fácil resenhar essa história toda para vocês.

Como já devem ter suspeitado, temos mais uma vez uma coletânea de contos escritos por Andrej, a primeira edição polonesa do livro foi publicada em 1992 pela Independent Publishing House NEW, sua versão brasileira só chegou em 2012 pela Martins Fontes. Aliás a nova edição da Martins fontes está divina e maravilhosa !!

Estruturado em 5 contos escritos de forma mais linear que seu antecessor, podemos certamente ver a evolução na escrita do Andrej no desenvolvimento da história, conforme ela vai ganhando forma e grandeza. Os contos que encontramos no livro são: O Limite do Possível, Uma Lasca de Gelo, Fogo Eterno, Um Pequeno Sacrifício, Espada do Destino e Algo Mais, todos eles nos trazem fatos importantes sobre Geralt antes de finalmente iniciar a historia dele propriamente dita.

Nem vou tentar encaixar a historia em um padrão de enredo pois é o mesmo nos 5 contos, ou seja, uma versão meio distorcida do padrão super herói ( no caso do Geralt tá mais para padrão anti herói mesmo) e também não vou me ater nas técnicas pois são as usuais sem nenhum extremo diferencial exceto claro a ironia verbal do Geralt mas vale reforçar que essa fantasia é totalmente ambientada em um mundo fantástico com direito a monstros novos e lugares novos.

Por ultimo e não menos importante vou falar sobre a leitura e sua impressão em mim…. Não é segredo que dificilmente ando sendo arrebatada por um livro, mas este conseguiu fazer com que eu sentisse mais forte o entretenimento que é ler, certamente não mudou minha vida nem me deixou boquiaberta, porém valeu as risadas e conhecer mais de Geralt nessas 384 páginas e cada conto a sua maneira nos aproxima mais do personagens. Posso assegurar que a leitura é simples e objetiva e sim a gente vê diferença e evolução na escrita do primeiro para o segundo livro o que torna a minha avaliação dele bastante positiva, certamente é uma opção para quem quer trabalhar ou iniciar o hábito da leitura e vai te pegar muito mais se você assim como eu gosta de fantasia e aventura tudo junto e misturado.


Vou distribuir 8 estrelinhas pra ele 😊 ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Cor de Amaranthine – Natália Smirnova Moraes

Cor de Amaranthine é a continuação direta de O Saotur ambos de autoria da Natália Smirnova Moraes ( já postei sobre ela aqui ó link do post).

Neste livro vamos acompanhar a viajem de Constantin e a trupe da realeza do reino sem nome, Amaranth, Koi e o escudo humano Eliot. Enquanto eles prosseguem nessa aventura, descobrimos mais sobre a origem de Constantin, sobre sua dura infância e principalmente sobre como ele acabou no Volvet.
Durante essa viajem descobrimos também a origem da guerra entre os não marcados e os marcados, descobrimos também o sofrimento que Amaranth carrega esse tempo todo em seu coração. Misturado em tudo isso vemos como Phaeron lida com toda a situação no Reino sem nome uma vez que ele agora possui grandes poderes, e todos sabemos que com grandes poderem vem grandes responsabilidades não é mesmo ?
Vemos relações começarem e se romperem e decisões difíceis e horríveis sendo tomadas, bem como personagens novos e intrigantes surgirem para abalar o reino sem nome e quem sabe a vida de todos os não marcados no mundo todo.

Como lidar com toda frustração da traição ?
Como justificar ações quando as raças não se dão bem e nunca se darão ?
Como suportar a verdade e fazer parte do sistema ?
A vingança se tornará real ?

Lançado em 2019 pelo Clube de Autores e em ebook pela Amazon, esse livro possui uma estrutura literária interessante com narração em 3 pessoa sendo este mesmo narrador um observador onisciente focados para 2 personagens o Constantin e Amaranth, não excluindo é claro as passagens menores, posso dizer que neste aspecto o modo narrativo é bem parecido com o livro anterior
Organizado em 23 capítulos lineares desenvolvidos essencialmente na estrutura de arco dramático onde vemos o desenvolver e amadurecimento dos personagens, vemos também alguns toques de omissão, descrição, fluxo de consciência e claro o amado flash-back, e é essa ferramenta narrativa que vai nos explicar muita coisa sobre o Constantin.

Tudo isso com bastante ação, diálogos, surpresas e talvez quem sabe um plot twist bem entrelaçado, toda essa aventura se desenvolve em dias semanas meses, é difícil precisar exatamente, mas eu chuto que essa viajem levou alguns meses, e ela se deu em um ambiente geoficticio (com uma exibição bem triste de Londres eu diria)
Quando resolvi parar e identificar a receitinha do bolo que chamamos de padrão de enredo, de novo deparei com uma opção que eu consideraria mista. ( talvez separando em sua trama e sub trama quem sabe) Percebi dois padrões de enredo: o Velocino de Ouro que é o geral e Amor e Amizade como secundário ou sub trama, assumi que já que temos uma equipe buscando um objeto valioso passando por aventuras diversas e perigos diversos( Velocino) e durante essa busca surge o herói incompleto que deve superar uma situação difícil a fim de estar ao lado da pessoa que lhe dá paz, esta pessoa seria a contra parte que o complementa e por vezes é seu oposto, porém surge uma complicação (e que complicação heim Natália) e encontramos o desfecho do improvável casal, seja ele feliz ou triste ( Amor e Amizade)

Mas afinal o que eu como leitora achei de Cor de Amaranthine ? Vou admitir que tem um misto de emoções rolando em relação a ele! Achei impressionante a dinâmica da viajem que é o centro do livro, de como eles passam por vários lugares e mesmo tentando passar despercebidos surgem situações que demandam ações, ver o aprofundamento da historia dos marcados e começar a entender a origem pontual do problema entre as raças foi enriquecedor e claro que saber o passado do Constantin também foi legal…. até certo ponto, conhecer os fatos que o transformaram em quem ele é foi demais, porém em algumas partes ficou redundantes (não leva a mal Nat =~~). Honestamente só sei que até agora Constantin não me convence como pegador geral mas isso sou euzinha mesma.

Outro ponto que não me convence é o motivo dos marcados, mas aqui de novo é ideologia pessoal desta que vos fala, a Amaranth tem seus motivos para pensar como pensa, só acho que ela não vê o cenário todo, ou se o vê, não se importa. Eu talvez diria que senti falta dos Saotur nessa história, que ver mais sobre eles e mais deles porém fatos do livro anterior corroboram a ideia de que isso não seria possível, se eles estivessem lá seria uma senhora falha de cronologia. Enquanto isso o que achei do desfecho ? esse eu achei intrigante de inicio e MUITO ansiosa no final…. Intrigante pois é no modelo alguns anos depois dos acontecimentos de Cor de Amaranthine, quase um prefácio do terceiro livro, e eu acho que o plot twist inteiro desse livro fica por conta desse desfecho e só de pensar várias teorias despontam na cabeça o que é claro me fez ficar ansiosa !

Apesar dos altos e baixo a média dele é bem e obviamente vale a pena ter na estante principalmente se você já leu O Saotur, as estrelinhas para este são 8

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] O Saotur – Natália Smirnova Moraes

Esta aqui na realidade é uma segunda resenha desse livro, uma vez que eu decidi rele-lo para poder ter tudo bem fresquinho para a continuação A Cor de Amaranthine, que será resenhada muito em breve (aguardem boahahha). Eu espero muito que fique melhor do que a primeira e se é para passar vergonha passamos de uma vez né… se você quiser comparar as resenhas a primeira está no canal do Youtube confere lá…

Nossa aventura começa com um naufrágio, de onde surge nosso protagonista Constantin Teller, salvo da morte certa por algo que ele não sabe o que é, nosso jovem desmazelado só pensa em permanecer vivo e graças a amistosa Lithy ele consegue. Constantin consegue se fortalecer e se recuperar, logo no entanto, ele se dá conta de que talvez não seja tão bem apreciado como visita naquele lugar desconhecido, afinal as circunstancias suspeitas de sua chegada ali só dão margem a uma interpretação: uma declaração de guerra dos misteriosos Saotur, uma espécie monstruosa e sem escrúpulos que habita a região do Reino Sem Nome.

Enquanto isso conhecemos a historia de Helena, Lótus e de como essa relação proibida resultou em Saphere, o meio saotur responsável por salvar Constantin. É durante o julgamento de Saphere que a gente tem uma outra visão de quem realmente são os saotur e o qual o papel deles neste mundo tão protegido, além de conhecermos o desenvolvimento do amor de Helena por Lótus.
Constantin então é testemunha do quão dura a Realeza pode ser com quem não anda de acordo com suas leis e logo ele aprende os costumes e hierarquias, conseguindo apesar de tudo isso realizer seu sonho de se tornar escritor quando ele ganha da Realeza o brasão que lhe permite exercer essa atividade.

Tudo isso se desenrola em um cenário magnifico cheio de conspirações, traições e muito acaso do destino onde planos são destruídos, vidas são salvas e inocentes são enganados !

  • Como será que Constantin conseguiu se virar esse tempo todo ?
  • Afinal porque esse ódio pelo diferente ?
  • Que segredos a Realeza esconde ?

Para descobrir isso e outras coisitas mais, faça como eu e dê uma chance ao nacional fantástico maravilhoso que é o Saotur.

Esta é uma obra bem nacional apesar da origem da autora ser russa (eu sempre vou zuar isso) e como aqui no Brasil publicar por editora é meio difícil, ela escolheu a forma independente de publicação, portanto em 2016 a Amazon foi escolhida para o ebook e o Clube de Autores se você quer uma versão física (alias eu insisto nisso) essa boniteza é bem curtinha e tem apenas 324 páginas.

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Quando abordamos o lado mais técnico da coisa, essa fantasia chega a principio sem muitas novidades, temos uma confortável narração em 3ª pessoa que é quase considerado ponto de vista, ela tem várias perspectivas, sendo a de Constantin uma delas e alguns outros personagens, como Helena e Phaeron, complementam a narração. O arco dramático é todo feito com descrições fabulosas e muita contextualização, sem maneirar no flash back (pobre Helena) a gente certamente é arrebatado pelas surpresas e revés (pelas cenas calientes também heim)
O roteiro é linear e sua historia se passa em dias, semanas e meses e o espaço da narrativa, ou seja, o cenário é fantástico. A historia tem uma essência que você pode chamar de clichê mais o padrão de enredo que eu vejo aqui é o Cara Com Um Problema e uma pinceladinha de Ritos de Passagem e acho que é essa pinceladinha que deixa tudo interessante

OK, vocês já tem um resumo da obra e um breve analise literária e acho que esta na hora de eu falar a minha opinião né ?

Não é segredo que gosto muito do trabalho da Natália e todos sabemos como é difícil criar algo novo e diferente e ela conseguiu nos apresentar esse diferente em O Saotur, mesmo que ele tenha amor e ódio como pano de fundo o que sobressai certamente é estarmos exatamente como Constanin, sem saber onde estamos e o que vamos descobrir ali.

No video do canal, eu cheguei a comentar que seria interessante a gente saber em que momento a historia se passa, pois a transição do tempo é bem sutil e relendo a obra posso afirmar que eu é que fui afobada mesmo e que o flash back que a gente encontra é bem claro e evidente. MAS senti falta de entender um pouco mais da motivação dos saoturs (esse plural tá certo ?) e da sua origem de forma geral, senti falta de mais deles já que são eles que dão o nome ao livro né… difícil explicar eu sei .

Mas o que mais gostei mesmo é do sentimento trabalhado no Saphere, que quase ninguém nota mais esta lá e sei que isso será desenvolvido ( VEM AMARANTHINE). No fim gente o que importa é que adorei demais a obra e ela vale cada centavinho investido principalmente e especialmente se você assim como eu é louco nas fantasia

Avaliação dessa lindeza é 9 estrelinhas. ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] End Game o Chamado – James Frey e Nils Johnson-Shelton

Estabelecido por seres fora de nossa compreensão a centenas e centenas de anos atrás, EndGame é um jogo real e está prestes a começar, suas regras são simples, 12 jogadores de 12 raças devem combater para resguardar o seu próprio destino e o de sua linhagem, um jogo onde os outros não importam apenas você mesmo. A lenda diz que um sinal cairá do céu para informar o início do jogo e o fim da humanidade.

É neste cenário surreal que nos tempos atuais vemos 12 jovens sendo escolhidos de acordo com sua linhagem para iniciarem o tal jogo, Sarah Allopay é uma das jogadoras e está disposta a tudo para vencer, inclusive deixar seu namorado a quem ama muito para trás.

Tudo começa no chamado e é a caminho de lá que ela conhece Jago, outro jogador, de forma incomum eles decidem formar uma aliança e enquanto descobrem as pistas que levam em direção a chave da terra eles caem em emboscadas dos outros participantes bem como ambos têm que lidar com o despreparado Christopher que insiste em ir atrás dela apesar de tudo.

  • Quem sobreviverá?
  • Estaria Sarah disposta a sacrificar tudo pelo jogo?
  • Os jogadores apesar de seu treinamento pesado durante a infância são capazes de desenvolver sentimentos ou apenas matar sem piedade?
  • Alguém vai conseguir a chave da terra e prosseguir na disputa ?

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Lançado nos EUA em 2014 pela HarperTeen, EndGame – O Chamado é o primeiro livro de uma trilogia escrita pela parceria entre James Frey e Nils Johnson-Shelton teve sua edição brasileira feita pela Intrínseca em 2014 também. A escolha de narrativa foi a de 3 pessoa possivelmente no modo objetivo, claramente desenvolvido na estrutura de arco dramático que é a busca individual de cada jogador e sua linhagem, para tanto a obra é cheia de descrição, ação e diálogos tudo muito direto e objetivo.

Quando tento identificar em que misturinha essa história se encaixa, só me vem a cabeça o padrão – cara com um problema ( no caso 12 caras com um problema?) já que temos todos eles envoltos em uma situação de vida ou morte que é o próprio jogo em si e tendo que se livrar dessa com todo o treinamento e ajuda que puderem. Toda a trama apresentada se passa em semanas ou meses, impossível saber exatamente, sabemos porém que ela é linear e com contagem regressiva para o fim do mundo (legal né ?).

A divisão dos capítulos é interessante pois é o que nos posiciona geograficamente e socialmente como anda os conflitos e quem está com quem, falando em geografia EndGame se passa ao redor do globo, não tem um lugar exato encontramos várias cidades e pontos turísticos reais e em muitos deles o livro nos deixa com vontade de realmente estar lá.

A questão agora é falar para vocês as minhas impressões sobre esse livro, inicialmente eu o comprei pela capa e a sinopse me chamou um pouco atenção, porém quando tentei ler ele a primeira vez, simplesmente não me desceu e abandonei logos nas primeiras páginas. Este ano resolvi fazer um desafio literário ( peguei o desafio do Skoob ) e EndGame se encaixou na leitura de Fevereiro como livro escrito por mais de um autor e desta vez fluiu bem.

As ressalvas são grandes e ele na realidade não faz muito meu tipo de leitura afinal só contém tiro, porrada e bomba (literalmente) SÓ QUE a ação do livro é chamativa e você fica querendo entender qual pista cada jogador seguiu e no mínimo entender mais sobre cada civilização ( e é que aqui o livro peca.. só lamento James) e depois de sentir toda a enrolação das viagens e emboscadas a gente fica com a impressão de : nada de novidade por aqui! Nenhuma grande reviravolta nos é apresentada e isso também #chateia de montão.

Talvez O Chamado só se salve pela suposta experiência que ele deveria provocar, a iniciativa original da trilogia é uma grande parceria multiplataforma com a Niantic uma grande desenvolvedora de jogos, para tornar o EndGame real para nós leitores. Na época de seu lançamento teve pagina oficial, os personagens se tornaram reais que até rede social possuíam, tudo para presentear com uma mala de ouro a quem desvendasse o enigma que está entre as páginas do livro. (se você pensou em tentar achar a malinha de ouro pode desencanar, ela já foi entregue em 2015).

Mas não se acanhe com minha opinião, se você gosta de aventura rolando solta e tensão vendo os personagens lutando sobreviver. pode ser que seja uma excelente escolha para você. Agora se você pensava em dar uma chance para o restante da trilogia e ver como essa história inteira termina, pode tirar o cavalinho da chuva, EndGame – O Chamado é seguido por a Chave do Céu e As Regras do Jogo e infelizmente a Intrínseca cancelou o contrato com o James e o último livro não foi traduzido então a sua e a minha última opção é ler Rules Of the Game em inglês para concluir a saga e decidir se vale a pena ou não.

Para este Livro apenas ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

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