Apenas mais uma viajante do mundo literário

Categoria: Coleções

[Resenha] A Droga da Obediência – Pedro Bandeira

Todos nós temos um livro que nos remete a infância certo ? OK no meu caso é uma coleção inteira chamado coleção vagalume, mas vamos nos manter em foco ok ? Para o desafio do ano o DLL 2021 do Livreando, escolhi junto este mês exatamente esse tema, Livro Que Remeta a Infância. E foi bem providencial eu ter ganho de natal a coleção que me fez gostar de investigação e que eventualmente me levou ao mestre Arthur Conan Doyle além de é claro de desenvolver minha quedinha especial por livros desse gênero. Estou falando de uma coleção muito especial para mim do Pedro Bandeira, chamada de Os Karas, mais vou trazer para vocês especificamente o primeiro deles : A Droga da Obediência.

Este livro nos apresenta logo de inicio um grupo de 5 amigos colegiais que se reúnem para resolver diversos tipos de problemas, e logo na primeira reunião convocada por Miguel, que é o líder do grupo, e os outros 3 integrantes originais dos Karas: Calú, Crânio e Magri, tem de resolver um problema mais urgente, afinal eles foram descobertos por Chumbinho um dos alunos mais novos da escola e para evitar serem dedurados e desta forma arranjarem mais problemas ainda, o grupo decide aceita-lo imediatamente. O que Miguel não contava, era que o pequeno Chumbinho teria informações vitais sobre os recentes desaparecimentos que viraram noticia nas ultimas semanas, noticias alias, que foram o motivo inicial da reunião dos Karas naquele dia.
Após distribuir as tarefas de cada um, Miguel se vê em um dura decisão ao descobrir que ao delegar uma “pequena e inútil” tarefa a Chumbinho, o pobre menino seria ele mesmo uma vitima da quadrilha de sequestradores. Sem tempo a perder Miguel redireciona os esforços de Crânio a encontrar uma lógica em toda aquela situação, o mais assustador de tudo é que nem mesmo na policia os Karas podem confiar, pelos menos não em qualquer um.
Enquanto Chumbinho tenta bolar uma saída dessa enrascada, vemos através dos olhos dele como funciona a empresa Pain Control e o real proposito dos sequestros. Um plano terrível a maligno esta em andamento e o Dr QI, o cérebro por trás desses crimes não está para brincadeira. Muito se desenrola até que todas as peças de encaixam e os meninos conseguem responder ao mistério de porque, como e onde estão todos os alunos sumidos e qual era o objetivo maligno do Dr QI.

A Droga da Obediência foi lançado em 1984 pela Moderna e de lá houve algumas edições sendo que esta que vos fala leu a mais recente lançada, ou seja a de 2014. Esse pequeno e impressionante livro tem 192 páginas de pura ação, descrição, diálogo, todos inteligentes e bem colocados, é sempre bem interessante ver o arco dramático do enredo ser formado pelos fluxos de consciência e omissões propositais, ficamos eletrizados com a tensão apresentada, isso sem contar é claro as surpresas e plots twists, ferramentas que o autor nem sempre tem consciência que usa. Sem medo posso por o padrão do enredo aqui como um moderado Velocino de Ouro.
Não posso deixar de mencionar a narração, que por si só é bem interessante, pois nos entrega uma espécie de ponto de vista, podemos ver tanto a situação de Chumbinho, como a situação de Miguel e o resto da turma. Quando a gente observa o tempo e o espaço narrativo, logo fica evidente uma trama toda no presente e que se passa em um ambiente geofictício, afinal tenho certeza de que a escola e a fábrica não existem mais como não sabemos a cidade brasileira em que se passa a historia não podemos supor que mesma exista mesmo que meu palpite seja uma São Paulo da vida.

É claro que esse queridinho veio bem a calhar quando eu precisava de uma leitura leve e também cumprir o desafio porque né e fluida completamente dinâmica e que viesse com um toque nostálgico e ele entregou muito bem o que eu precisava, acredite ou não não tenho criticas, pois o foco infanto-juvenil está totalmente completo ali, é simples e direto em sua proposta sem muita enrolação para a ação, as peças são encaixadas no devido tempo além de brincar com nosso senso de investigação.
Único pequeno ponto mais é bemmmmmm pequeno tá vai apenas para os super estudantes mais se eles não fossem não seriam os Karas certo ? Normalmente eu acharia forçado o fato de Magri se uma esperança olímpica e Crânio ser super inteligente e sacar as coisas de uma vez, mais o livro tem uma simplicidade onde isso é completamente aceitável. Certo que essa leitura é indicada para qualquer um que queira dar uma chance aos livros, mas se você olhar muito adultamente para ele, pode achar fraco e sem relevância, ele é absolutamente perfeito para adolescentes, ou para você que quer ter um gostinho da infância de quando lia coleção vagalume. Pela memória maravilhosa e pelo enredo bem desenhado 9 estrelinhas.

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Santo Guerreiro – Roma Invicta – Eduardo Spohr

Hoje a gente vai falar de um nacional muito esperado desde seu anuncio, faz alguns anos que Eduardo Spohr está trabalhando em algo novo e finalmente pusemos as mãos nessa belezinha que é Santo Guerreiro: Roma Invicta, honestamente não sei qual deles é o nome da trilogia e qual deles é o titulo do volume 1 tá ok, na realidade ele era pra ser lido ano passado mais né vamos fingir que não sabemos disso.
Santo Guerreiro vai iniciar a historia de Georgios Anicio Graco, futuramente conhecido como São Jorge e é interessante ver que antes de saber sobre ele, precisamos saber sobre seus pais, então logo de inicio somos apresentados a Laios e Polycronia que se conhecem na decisiva batalha dos romanos contra os palmirenses na revoltosa cidade de Palmira onde a rainha Zenóbia ainda resistia bravamente. Laios é peça decisiva nessa batalha e por conta disso recebe alguns “privilégios” do então césar romano Aureliano acho que para ele acho que nunca foram privilégios mas nem tudo são flores e quando ele assumir o cargo de magistrado em Lida, uma pequena cidade perto de Jerusalém e é nesta cidade que nasce Georgios nosso protagonista.

Apesar de contar com os favores do césar, a vida dos Graco não foi necessariamente fácil durante esses 15 anos pois a constante batalha politica no Senado drenava as energias de Laios e seu “colega” Ras Drago não ajudava em nada nessas questões, afinal por mais pacato que fosse viver em Lida, o sangue de Laios clamava por batalha e assim ele eventualmente tem seu desejo atendido por livre e espontânea pressão. Os Gracos nesse meio tampo são literalmente traidos e obviamente Georgios passará por muito coisa até conseguir entrar na escola dos legionários da Nicomédia, onde seu maior desejo é integrar a Legião Fulminante antigo legado de seu pai, entre as adversidades, ele aprende um pouco de medicina, salva escravos e um pouco mais entre elas diversos traumas que olhando futuramente devem ser o fator motivador dele virar quem deve ser e fator motivador para sua revanche.

Santo Guerreiro é um pouco grandinho e pode ser inserido no campo calhamaço facilmente, com 588 páginas foi impresso pela Editora Verus em 2020. Claro que esse livro faz parte do meu DLL de 2021 e o tema em que eu o encaixei foi – Um Livro que Deveria ser Lido em 2020 –
Agora que falamos sobre o resumo e apresentamos um pouco do livro queria trazer a forma original como essa historia nos é entregue e já lhes digo que isso é a parte mais interessante do livro. Eduardo escolhe nos apresentar nesta ficção histórica, 2 personagens que estão trocando cartas ente si sobre a possibilidade de surgir essa “biografia” de Georgio, um formato surpreendente por mesclar a narrativa em 1 e 3 pessoa, e pasmem os personagens APENAS são Helena de Constantinopla, também conhecida como Santa Helena e Euzébio de Cesareia conhecido bispo e historiador palestino
Essa narrativa essa cheia de descrições, ação, diálogos com porções de fluxo de consciência, tensão e algumas surpresas e muito monólogo interno, possui a estrutura narrativa de arco dramático e está dividida em 3 tomos intercalados por cartas sendo e certamente pode ser encaixada facilmente em um padrão de enredo Cara com Problema, já que Georgios passa por muita coisa inesperada e isso indiretamente acaba formando quem ele vai se tornar no futuro.
O tempo é o mesmo da historia entregue pelas cartas, apesar de a cartas se passarem depois do acontecimentos narrados, ou seja, se passam no passado e quando digo passado é nosso passado mesmo cerca de 200~300 anos DC ( aliás daí vem o gênero ficção histórica, usar fatos reais e documentados junto com personagens fictícios. Então vocês, leitores expertos já inferiram que o espaço narrativo é realista, mesmo que toda nomenclatura usada fosse a da época, são lugares que existem, apenas possuem outro nome como por exemplo a Nicomédia que hoje seria parte da Turquia.

Finalizando essa enorme resenha, vamos finalmente ao veredito de Helena, no caso eu não a de Constantinopla, a história demora um pouco a engrenar até chegar onde realmente queremos e esse sentimento está inserido dentro do próprio livro, apesar disso entendo a escolha de Flavia Helena ( ou seria de Eduardo Sporh ?) de começar com os pais do protagonista, é aceitável até, mas uma divisão inteira sobre o assunto se torna meio cansativo, existe uma hora que a gente já entendeu de onde vem a confiança de Georgios e quase sente que o que é contado não é necessário, eu disse QUASE tá.
No final a gente sente que desenrola e só toma um baque com o final, eu me senti o Jonh Travolta em Pulp Fiction: é o que ? acaba aqui ? temos que esperar o segundo agora? Ficou meio sem conclusão que nos deixe relativamente tranquilos…Então de aqui já sugiro, se você não suporta esperar e quer saber TUDO, melhor esperar a trilogia estar completa, temos ainda 2 livros a serem escritos, Ventos do Norte e Império do Leste.
De forma geral, eu gostei muito do desenvolvimento do protagonista e do enredo e posso dizer que espero que sejam mordidos pelo mosquito da pesquisa, não sei para vocês, mas quando descubro um pequeno fundo de realidade nos livros começa a pesquisar sobre e vou encontrando assim os vários pontos de conexão e é justamente isso que esse livro tem, atentem que quase todos personagem ( se não todos pois não pesquisei) são reais e ver que realmente fizeram os atos do livro me empolga muito então essa obra leva 8 estrelinhas

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Para Sir Phillip com Amor – Os Bridgetons – Julia Quinn

Olar meus queridos !

Hoje vamos falar sobre o quinto da série dos Bridgertons, essa série mais que amorzinho que esta dominando as paradas literárias, mas vamos devagar e do começo ok ?

Neste livro vamos conhecer a história de Eloise Bridgerton, personagem já conhecida nossa dos outros 4 livrinhos que contam a historias de seus irmãos mais velhos, Daphne, Anthony, Benedict e Colin. Nesta fase da série, Eloise já passou algumas temporadas no mercado casamenteiro em Londres e nunca encontrou um par perfeito, a Mamãe Bridgerton praticamente desistiu de casar a moça, mas neste livro a visão é quase toda da Eloise e mal vemos seus irmãos. O enredo começa exatamente ou quase onde o livro anterior termina, ou seja, com ela fugindo! Sabemos que ela estava um pouco estranha e sabemos que tem haver com cartas, cartas para um tal Sir Phillip..e é quando Eloise cria coragem para conhecer a única pessoa que realmente chamou a atenção dela em termos de personalidade e que ousou pedi-la em casamento sem nem a conhecer. A possibilidade de uma ventura era boa demais para ser verdade e expectativa era excelente, pena que ela esqueceu que avisar para ele que estava chegando o que torna a experiência da surpresa algo bem dramático para nossa mocinha quem sabe apaixonada

Obviamente o choque da realidade chega e Eloise se depara com um homem muito difrente do que ela havia imaginado, mas esse homem a esse homem ainda é o que ela acha que precisa em sua vida. Muitas surpresas e desafios aguardam esse casal meio inesperado, Eloise facilmente aprende a lidar com os filhos pestinhas de Phillip, bem como ele percebe que ela era bem mais do que ele poderia ter esperado para tomar as rédeas da casa. A semana que passa no campo faz Eloise entender melhor como foi a relação de Marina e Philip e depois de uma impetuosa entrada dos Cavalheiros Bridgertons Salvadores de Reputação, Eloise acaba por perceber que aquela pode muito bem ser a vida que sempre quis e que Phillip apesar de temperamental e bruto é extremamente bonito e realmente precisa dela ao seu lado para domar os pestinhas e quem sabe ser finalmente feliz em um relacionamento.

Well, chegou a hora de gente olhar diferente para esse livro e ver ou tentar ver né como a escrita foi desenvolvida e tudo mais. Já de cara posso dizer que eu pessoalmente sou fã das quebras que a Júlia faz nos livros e a quebras destes são super interessantes apesar de relativamente aleatórias, a narração tanto pelo ponto de vista da Eloise como do Phillip também acaba deixando tudo mais interessante. O livro conta com 288 páginas leves e fluidas tornam a leitura muito rápida e prazerosa.

Acaba que não vemos muitas técnicas além da descrição, ação e muitos diálogos, as melhores cenas são claramente Eloise domando os gêmeos, mentira todos sabem que as hot são as melhores cenas e mesmo sabendo que o gênero não exige muita complexidade, admito que sinto falta de alguma astucia maior dos personagens, é claro que temos tensão e surpresa como elementos diferenciados O tempo narrativo escolhido é aquele que a autora mais domina, o passado e eu gosto de pensar que muita coisa que ela escreve é real querer não machuca né ? e o ambiente realista faz jus a pomposidade da época apesar de agora vermos muito mais do campo do que da cidade de Londres.

Minha curiosidade agora é sobre a Eloise da série da Netflix, pois aquela personagem quer muito mais da vida do que a sociedade em que ela vive permite, sinceramente não a vejo fugindo atrás do príncipe encantado, seduzida pela possibilidade do casamento. Já e Eloise dos livros quer sim casar, apenas se reserva no direito de escolher o melhor e o cara certo, não vemos toda essa questão de liberdade, apesar dela mesma admitir que o campo lhe oferecia muito mais dessa liberdade. Mas esse é um problema não pra mim, não para você e sim para Netflix alou quede segunda temporada ?.

Mas a honestidade senhoras e senhores ? é que o livro é bem ok… adoro romances leves e fofinhos principalmente para descansar a mente quando leio algo mais pesado…e os livros da Julia são um balsamo nesse quesito, porém é sempre mais do mesmo, a mocinha ou mocinho que se apaixona por alguém inesperado e seus dramas para ficarem juntos intercalados com sedução como se isso fosse suficiente para definir todo um relacionamento. Todos sabemos que a vida a dois é muito mais complexa do que isso e que nem tudo se resolve na cama, mas correndo o risco de soar hipócrita, eu admito que devorei ele em um dia =D.. as coisas que o tempo livre faz por você então apesar de clichê, sejamos honestos não tem como não querer saber todas as historias da família mais querida de Londres, dou pra esse livro 8 estrelinhas

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

Antes de ir é bom lembrar que estou fazendo o desafio literário do Livreando então esta é a primeira resenha do primeiro mês do DLL21: Um Livro Escrito Por Uma Mulher ! E força na peruca que vem mais resenha por ae !

[Resenha] The Witcher – A Espada do Destino – Andrej Sapkowski

Hoje a gente tá aqui para falar da continuação de The Wicther, o Último Desejo, historia sensacional que conta a saga de Geralt de Rivia.

Importante – A Resenha de O Ultimo Desejo está no canal e você pode conferir aqui ! – Importante

Baseado no final do primeiro livro, a essa altura sabemos que o bruxão tem coisas não resolvidas com feiticeira Yeniffer, mas neste livro apenas encontraremos mais historias de como Geralt vai evitando ou pelo menos tentando evitar seu encontro com o Destino, até ele eventualmente não conseguir mais fugir do elo que ele mesmo forjou.
Suas aventuras neste livro vão desde a caça de raros dragões dourados, passa por lidar com dríades e até ajudar um trambiqueiro a ter uma vida pacifica com excelentes negócios. Em quase todas as aventuras seu amigo inseparável Jaskier, a.k.a Dandelion, que por sinal sempre que ele aparece, ou ele é o motivo de problema ou arrasta Geralt para um problema.

Também fica evidente que Geralt e Yeniffer ainda tem muito que esclarecer sobre o relacionamento conturbado que vivem. No entanto, o centro da historia mesmo é o encontro de Geralt com Ciri, uma menina no minimo petulante, sendo também onde vamos encontrar os primeiros vestígios da realidade de quem ela é e qual a ligação existe entre eles (aquela que Geralt insiste em renegar e fazer pouco caso) e também aprendemos mais sobre a situação politica dos países, principalmente o destino de Cintra e consequentemente o destino de Ciri. Vocês devem estar me achando muito vaga e juro que não é intenção apenas não quero estragar as divertidas historias de Geralt para vocês, a boa noticia é que a partir daqui a historia ficará consistente e linear então ficará mais fácil resenhar essa história toda para vocês.

Como já devem ter suspeitado, temos mais uma vez uma coletânea de contos escritos por Andrej, a primeira edição polonesa do livro foi publicada em 1992 pela Independent Publishing House NEW, sua versão brasileira só chegou em 2012 pela Martins Fontes. Aliás a nova edição da Martins fontes está divina e maravilhosa !!

Estruturado em 5 contos escritos de forma mais linear que seu antecessor, podemos certamente ver a evolução na escrita do Andrej no desenvolvimento da história, conforme ela vai ganhando forma e grandeza. Os contos que encontramos no livro são: O Limite do Possível, Uma Lasca de Gelo, Fogo Eterno, Um Pequeno Sacrifício, Espada do Destino e Algo Mais, todos eles nos trazem fatos importantes sobre Geralt antes de finalmente iniciar a historia dele propriamente dita.

Nem vou tentar encaixar a historia em um padrão de enredo pois é o mesmo nos 5 contos, ou seja, uma versão meio distorcida do padrão super herói ( no caso do Geralt tá mais para padrão anti herói mesmo) e também não vou me ater nas técnicas pois são as usuais sem nenhum extremo diferencial exceto claro a ironia verbal do Geralt mas vale reforçar que essa fantasia é totalmente ambientada em um mundo fantástico com direito a monstros novos e lugares novos.

Por ultimo e não menos importante vou falar sobre a leitura e sua impressão em mim…. Não é segredo que dificilmente ando sendo arrebatada por um livro, mas este conseguiu fazer com que eu sentisse mais forte o entretenimento que é ler, certamente não mudou minha vida nem me deixou boquiaberta, porém valeu as risadas e conhecer mais de Geralt nessas 384 páginas e cada conto a sua maneira nos aproxima mais do personagens. Posso assegurar que a leitura é simples e objetiva e sim a gente vê diferença e evolução na escrita do primeiro para o segundo livro o que torna a minha avaliação dele bastante positiva, certamente é uma opção para quem quer trabalhar ou iniciar o hábito da leitura e vai te pegar muito mais se você assim como eu gosta de fantasia e aventura tudo junto e misturado.


Vou distribuir 8 estrelinhas pra ele 😊 ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] Cor de Amaranthine – Natália Smirnova Moraes

Cor de Amaranthine é a continuação direta de O Saotur ambos de autoria da Natália Smirnova Moraes ( já postei sobre ela aqui ó link do post).

Neste livro vamos acompanhar a viajem de Constantin e a trupe da realeza do reino sem nome, Amaranth, Koi e o escudo humano Eliot. Enquanto eles prosseguem nessa aventura, descobrimos mais sobre a origem de Constantin, sobre sua dura infância e principalmente sobre como ele acabou no Volvet.
Durante essa viajem descobrimos também a origem da guerra entre os não marcados e os marcados, descobrimos também o sofrimento que Amaranth carrega esse tempo todo em seu coração. Misturado em tudo isso vemos como Phaeron lida com toda a situação no Reino sem nome uma vez que ele agora possui grandes poderes, e todos sabemos que com grandes poderem vem grandes responsabilidades não é mesmo ?
Vemos relações começarem e se romperem e decisões difíceis e horríveis sendo tomadas, bem como personagens novos e intrigantes surgirem para abalar o reino sem nome e quem sabe a vida de todos os não marcados no mundo todo.

Como lidar com toda frustração da traição ?
Como justificar ações quando as raças não se dão bem e nunca se darão ?
Como suportar a verdade e fazer parte do sistema ?
A vingança se tornará real ?

Lançado em 2019 pelo Clube de Autores e em ebook pela Amazon, esse livro possui uma estrutura literária interessante com narração em 3 pessoa sendo este mesmo narrador um observador onisciente focados para 2 personagens o Constantin e Amaranth, não excluindo é claro as passagens menores, posso dizer que neste aspecto o modo narrativo é bem parecido com o livro anterior
Organizado em 23 capítulos lineares desenvolvidos essencialmente na estrutura de arco dramático onde vemos o desenvolver e amadurecimento dos personagens, vemos também alguns toques de omissão, descrição, fluxo de consciência e claro o amado flash-back, e é essa ferramenta narrativa que vai nos explicar muita coisa sobre o Constantin.

Tudo isso com bastante ação, diálogos, surpresas e talvez quem sabe um plot twist bem entrelaçado, toda essa aventura se desenvolve em dias semanas meses, é difícil precisar exatamente, mas eu chuto que essa viajem levou alguns meses, e ela se deu em um ambiente geoficticio (com uma exibição bem triste de Londres eu diria)
Quando resolvi parar e identificar a receitinha do bolo que chamamos de padrão de enredo, de novo deparei com uma opção que eu consideraria mista. ( talvez separando em sua trama e sub trama quem sabe) Percebi dois padrões de enredo: o Velocino de Ouro que é o geral e Amor e Amizade como secundário ou sub trama, assumi que já que temos uma equipe buscando um objeto valioso passando por aventuras diversas e perigos diversos( Velocino) e durante essa busca surge o herói incompleto que deve superar uma situação difícil a fim de estar ao lado da pessoa que lhe dá paz, esta pessoa seria a contra parte que o complementa e por vezes é seu oposto, porém surge uma complicação (e que complicação heim Natália) e encontramos o desfecho do improvável casal, seja ele feliz ou triste ( Amor e Amizade)

Mas afinal o que eu como leitora achei de Cor de Amaranthine ? Vou admitir que tem um misto de emoções rolando em relação a ele! Achei impressionante a dinâmica da viajem que é o centro do livro, de como eles passam por vários lugares e mesmo tentando passar despercebidos surgem situações que demandam ações, ver o aprofundamento da historia dos marcados e começar a entender a origem pontual do problema entre as raças foi enriquecedor e claro que saber o passado do Constantin também foi legal…. até certo ponto, conhecer os fatos que o transformaram em quem ele é foi demais, porém em algumas partes ficou redundantes (não leva a mal Nat =~~). Honestamente só sei que até agora Constantin não me convence como pegador geral mas isso sou euzinha mesma.

Outro ponto que não me convence é o motivo dos marcados, mas aqui de novo é ideologia pessoal desta que vos fala, a Amaranth tem seus motivos para pensar como pensa, só acho que ela não vê o cenário todo, ou se o vê, não se importa. Eu talvez diria que senti falta dos Saotur nessa história, que ver mais sobre eles e mais deles porém fatos do livro anterior corroboram a ideia de que isso não seria possível, se eles estivessem lá seria uma senhora falha de cronologia. Enquanto isso o que achei do desfecho ? esse eu achei intrigante de inicio e MUITO ansiosa no final…. Intrigante pois é no modelo alguns anos depois dos acontecimentos de Cor de Amaranthine, quase um prefácio do terceiro livro, e eu acho que o plot twist inteiro desse livro fica por conta desse desfecho e só de pensar várias teorias despontam na cabeça o que é claro me fez ficar ansiosa !

Apesar dos altos e baixo a média dele é bem e obviamente vale a pena ter na estante principalmente se você já leu O Saotur, as estrelinhas para este são 8

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha] O Saotur – Natália Smirnova Moraes

Esta aqui na realidade é uma segunda resenha desse livro, uma vez que eu decidi rele-lo para poder ter tudo bem fresquinho para a continuação A Cor de Amaranthine, que será resenhada muito em breve (aguardem boahahha). Eu espero muito que fique melhor do que a primeira e se é para passar vergonha passamos de uma vez né… se você quiser comparar as resenhas a primeira está no canal do Youtube confere lá…

Nossa aventura começa com um naufrágio, de onde surge nosso protagonista Constantin Teller, salvo da morte certa por algo que ele não sabe o que é, nosso jovem desmazelado só pensa em permanecer vivo e graças a amistosa Lithy ele consegue. Constantin consegue se fortalecer e se recuperar, logo no entanto, ele se dá conta de que talvez não seja tão bem apreciado como visita naquele lugar desconhecido, afinal as circunstancias suspeitas de sua chegada ali só dão margem a uma interpretação: uma declaração de guerra dos misteriosos Saotur, uma espécie monstruosa e sem escrúpulos que habita a região do Reino Sem Nome.

Enquanto isso conhecemos a historia de Helena, Lótus e de como essa relação proibida resultou em Saphere, o meio saotur responsável por salvar Constantin. É durante o julgamento de Saphere que a gente tem uma outra visão de quem realmente são os saotur e o qual o papel deles neste mundo tão protegido, além de conhecermos o desenvolvimento do amor de Helena por Lótus.
Constantin então é testemunha do quão dura a Realeza pode ser com quem não anda de acordo com suas leis e logo ele aprende os costumes e hierarquias, conseguindo apesar de tudo isso realizer seu sonho de se tornar escritor quando ele ganha da Realeza o brasão que lhe permite exercer essa atividade.

Tudo isso se desenrola em um cenário magnifico cheio de conspirações, traições e muito acaso do destino onde planos são destruídos, vidas são salvas e inocentes são enganados !

  • Como será que Constantin conseguiu se virar esse tempo todo ?
  • Afinal porque esse ódio pelo diferente ?
  • Que segredos a Realeza esconde ?

Para descobrir isso e outras coisitas mais, faça como eu e dê uma chance ao nacional fantástico maravilhoso que é o Saotur.

Esta é uma obra bem nacional apesar da origem da autora ser russa (eu sempre vou zuar isso) e como aqui no Brasil publicar por editora é meio difícil, ela escolheu a forma independente de publicação, portanto em 2016 a Amazon foi escolhida para o ebook e o Clube de Autores se você quer uma versão física (alias eu insisto nisso) essa boniteza é bem curtinha e tem apenas 324 páginas.

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Quando abordamos o lado mais técnico da coisa, essa fantasia chega a principio sem muitas novidades, temos uma confortável narração em 3ª pessoa que é quase considerado ponto de vista, ela tem várias perspectivas, sendo a de Constantin uma delas e alguns outros personagens, como Helena e Phaeron, complementam a narração. O arco dramático é todo feito com descrições fabulosas e muita contextualização, sem maneirar no flash back (pobre Helena) a gente certamente é arrebatado pelas surpresas e revés (pelas cenas calientes também heim)
O roteiro é linear e sua historia se passa em dias, semanas e meses e o espaço da narrativa, ou seja, o cenário é fantástico. A historia tem uma essência que você pode chamar de clichê mais o padrão de enredo que eu vejo aqui é o Cara Com Um Problema e uma pinceladinha de Ritos de Passagem e acho que é essa pinceladinha que deixa tudo interessante

OK, vocês já tem um resumo da obra e um breve analise literária e acho que esta na hora de eu falar a minha opinião né ?

Não é segredo que gosto muito do trabalho da Natália e todos sabemos como é difícil criar algo novo e diferente e ela conseguiu nos apresentar esse diferente em O Saotur, mesmo que ele tenha amor e ódio como pano de fundo o que sobressai certamente é estarmos exatamente como Constanin, sem saber onde estamos e o que vamos descobrir ali.

No video do canal, eu cheguei a comentar que seria interessante a gente saber em que momento a historia se passa, pois a transição do tempo é bem sutil e relendo a obra posso afirmar que eu é que fui afobada mesmo e que o flash back que a gente encontra é bem claro e evidente. MAS senti falta de entender um pouco mais da motivação dos saoturs (esse plural tá certo ?) e da sua origem de forma geral, senti falta de mais deles já que são eles que dão o nome ao livro né… difícil explicar eu sei .

Mas o que mais gostei mesmo é do sentimento trabalhado no Saphere, que quase ninguém nota mais esta lá e sei que isso será desenvolvido ( VEM AMARANTHINE). No fim gente o que importa é que adorei demais a obra e ela vale cada centavinho investido principalmente e especialmente se você assim como eu é louco nas fantasia

Avaliação dessa lindeza é 9 estrelinhas. ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

[Resenha]O Último Turno – Stephen King

Certamente Bill Hodges e Holly Gibney estão de volta nesse livro e se tem um osso que Bill não larga esse osso é Brady Hartsfield, o diabólico Assassino do Mercedes. Mesmo após tanto tempo ele continua a visitar Brady no hospital apenas para se certificar que o monstro continua em estado vegetativo e que não poderá ferir mais ninguém… mas será mesmo ?

Enquanto Bill tem que lidar com seus demônios internos ele e Holy acabam envolvidos em uma investigação de uma série de suicídios, o curioso é que de alguma forma as vitimas parecem ter ligação com Brady e contrariando tudo e todos Bill e Holly se deparam com um intrincado plano de Brady, que agora misteriosamente (pq não né tio King) parece ter poderes psíquicos e de forma surreal consegue “acessar” outras pessoas.

Como antes, Brady tem expectativas de conseguir fazer com que o detetive caia pelo suicídio, o que talvez ele não espera é que os dias de Bill já estejam contados. Todo o plano de Brady vai sendo exposto e sem tempo para provar a culpa dele, Bill decide que este é seu ultimo turno e que desta vez ele não vai deixar margem a erros em sua caçada.

– qual plano intrincado de Brady?
– como ele conseguiu poderes ?
– porque esse é o ultimo turno de Bill

Falar de King e de sua editora já não é novidade para vocês, então já podem imaginar que Ultimo Turno foi lançado nos Estados Unidos pela Scribner em 2016 e neste mesmo ano pela Suma de Letras aqui no Brasil uma obra com 432 páginas de uma excelente história.

Com uma narrativa em 3 pessoa, bem possível que no modo universal, o que torna tudo mais legal pois a gente tem até um lado do Brady ( saber o lado do vilão é muito louco), a gente já começa se deparando com a tipica e não convencional divisão de capítulos e uma total falta de índice pra que índice né…mas cada pequena parte apresentada tem seu titulo bem criado e definido para gente entender o que aquele ato quer nos dizer. Stephen King não dá ponto sem nó senhores

Com um claro padrão de enredo – Motivo do Crime, a gente logo vê o segredo e a virada sombria de Bill sobre o Brady, afinal que culpa maior Bill carrega na consciência senão o fato de nunca ter conseguido pegar Brady na época do Mercedes e sua virada é no minimo irônica. Todo o arco dramático é montado no que já conhecemos dos outros 2 livros e os momentos de tensão e são bem interessantes, principalmente os da Barbara a irmã do Jerome.

Quando olho como leitora e consumidora, essa obra é memorável e o encerramento de um ciclo fantástico, obviamente eu estou #chateada com o desfecho do Bill mais entendo que era o fluxo necessário da historia (quando não da vida não é mesmo?). Não posso negar o imbatível crescimento psicológico e sentimental da Holly que é só melhor personagem que o Mestre já escreveu na vida, certamente vale a compra da trilogia inteirinha.

Para não dizer que foi perfeito, senti falta de um encerramento mais apropriado para Jerome e Barbara, claro que a gente sabe rapidamente o que ocorreu com eles, mas em comparação a Mr Mercedes, ambos aparentam ter sua importância reduzida na vida de Bill, seria interessante ver o crescimento deles, mas acho que aqui é aquele gostinho do King de nos deixar imaginar o que poderia ter ocorrido.

Esta ganha : ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

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